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Mensagem Número 320
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Nome: Luiz Cláudio Santos de Souza Lima
opticimagelink.com.br
Nascimento: 1965
Ocupações: Médico
Naturalidade: Rio de Janeiro-RJ
Localidade: Rio de Janeiro-RJ
Posição sobre o Dilúvio: Não existiu
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre a Natureza: Monista Materialista
Posição sobre Deus: Agnóstico
Comentários:
Prezado Marcus,
Gostaria inicialmente parabenizá-lo pelo site e pelas excitantes postagens. Mais ainda por permitir comentários.
Peço sua ajuda no que eu possa estar fazendo uma compreensão errônea de fatos e etimologia.
Acredito que parte dos problemas da teoria da evolução das espécies, tanto por sua ampla curiosidade popular como por sua rejeição mais primária está no uso do termo evolução no sentido de progresso. Muito mais fácil de aceitar sob certos aspectos como o melhoramento ou adição de habilidades; perpetuação de um status frente à demandas e anseios pessoais. Aqui há uma visão antropocêntrica de que seriamos melhores e mais evoluídos que outras espécies mais simples.
Mas também, há o sentido de mudança. Mudanças podem ocorrer no sentido de uma melhoria ou piora, como por exemplo “o paciente evoluiu para o óbito” um contrassenso.
Finalizando, o contexto histórico do surgimento da teoria numa época vitoriana de máquinas e progresso, vivendo ao lado de crescentes contestações que culminaram mais tarde nas revoluções e guerras do início do século 20.
Há realmente um problema com o sentido de evolução que prejudica a compreensão geral da TE?
Antecipadamente agradeço a oportunidade.
Luiz
Segunda, 28 de Maio de 2012
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Caro Luiz. Obrigado por trazer tema tão relevante, que não verdade até mereceria um texto próprio. Inclusive por ser um dos poucos itens do
FAQ, o primeiro, que não tem um texto específico.
A resposta a sua pergunta é Sim. Inequivocamente, a noção de Progresso, e melhora, contamina a de Evolução Biológica, sempre gerando prejuízos conceituais.
Sua observação do âmbito cultural vitoriano do Darwinismo, que nunca havia me ocorrido, também tem muito potencial esclarecedor. Assim, é inevitável concluir que a confusão entre Progresso e Evolução acompanha toda a história do pensamento evolutivo.
Penso que o mais relevante é a própria noção do que seria 'melhorar', pois num certo sentido, pode-se dizer que as espécies, uma vez evoluindo no sentido de melhor se adaptar ao ambiente, "progridem" nesse sentido, isto é, em sua capacidade de sobreviver, mas desde que esse seja o único parâmetro relevante, e que se faça vista grossa para o fato do processo evolutivo exterminar inúmeros indivíduos e espécies, e muitas vezes depende de um sacrifício da maior parte da população para ser viável.
Se transplantássemos isso para o mundo humano, a analogia seria desastrosa. Teríamos que admitir que condutas brutais como estupro sistemático ou a opção por uma vida estúpida mas estável são "melhores" que a solidariedade e aperfeiçoamento pessoal e ousadia. Ou que a multiplicação populacional das áreas miseráveis, às custas de imensa mortalidade infantil, é "melhor" que ter alta qualidade de vida com população estável.
Portanto, o problema talvez nem esteja tanto na idéia de "evolução" em si, cujo latim evolvere significa literalmente "desenvolver" / "desenrolar", nesse sentido, podendo ser entendido como Mudança Adaptativa. Embora até isso possa ser questionado, visto que é possível considerar que evoluiu uma espécie que terminou, por tais mudanças, se extinguindo por deixar de se adaptar ao ambiente.
Em suma, é mais a subjetividade do conceito de "melhora" que gera complicações, pois até mesmo o termo "Progresso" também é, em parte, contaminado por essa subjetividade. Por exemplo, as conquistas de certos grupos sociais são sem dúvida uma mudança, pode-se dizer, uma evolução. Mas são uma melhora? Vai depender do viés ideológico. São Progresso ou Retrocesso? Ou mesmo no sentido de Progresso, porque não poderíamos falar num "progressão para o pior"?
O problema então está na "melhora" em si. Costumamos aceitar a noção de Progresso nesse sentido, e num uso coloquial do termo, também a de Evolução. Mas em Evolução Biológica é prudente afastar essa contaminação.
No entanto, isso não impede que, ao menos no que se refere à espécie humana, possa-se defender uma melhora, ou superioridade, de várias formas distintas.
Ora, costumamos dizer que espécies que possuem um maior acúmulo de variações, e uma história natural mais longa, evoluíram mais. Embora seja possível espécies bem mais antigas e longevas que tenham acumulado poucas variações, bem como o contrário. Assim, ao desenharmos uma árvore evolutiva, é inveitável usar a imagem de "subir" na escala, no levando ao conceito de 'Superior' e 'Inferior'.
Isso pode ser apenas por motivos visuais, mas também pode ser entendido num sentido ideológico, principalmente aplicado à espécie humana. Afinal, ela evoluiu até se tornar a espécie mais bem sucedida do planeta, se adaptando, por meios tecnológicos, a qualquer ambiente, inclusive aqueles em que nenhuma outra espécie jamais poderia, como o Espaço Sideral por exemplo. É dificílima de ser exterminada por qualquer outra espécie, sendo mais fácil que ela própria se aniquile, bem como a toda vida na Terra, do que venha a ser eliminada. Se multiplicando pelo mundo de modo invencível.
Assim, como negar sua superioridade adaptativa?
Ainda assim alguém pode questionar se isso é de fato bom ou ruim. Alguém pode dizer que seria melhor não ter desenvolvido inteligência, não ter saído das cavernas, não ter se espalhado pelo mundo, etc.
Por isso mesmo, devemos manter o conceito de "melhora" longe da reflexão evolucionista biológica, pois só gera confusão a ser perniciosamente explorada pelos criacionistas.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
17 de Junho de 2012
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Mensagem Número 319
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Nome: Humberto C. Barcelos
theexploradorhotmail.com
Nascimento: 1972
Ocupações: Ensino
Naturalidade: Formosa - GO
Localidade: Imperatriz - MA
Posição sobre o Dilúvio: Inexistente
Posição sobre o tema: Nenhuma
Posição sobre a Natureza: Monista Materialista
Posição sobre Deus: Agnóstico
Comentários:
Boa noite Marcus,
Estive lendo em seu site um texto argumentativo a favor da teoria da evolução como sendo a mais aceitável do ponto de vista lógico e científico. Entendo que muitas pessoas tem dificuldade de compreender esta teoria por vários fatores, dentre eles a necessidade de que seja explicada de modo simples. É claro que não estou me referindo a somente fazer um desenho de seres com aparência simiesca em diferentes graus de evolução. Para quem não entende o assunto tais gravuras tem servido até de piada. Outro dia perguntei a um amigo como ele se sentiria se soubesse que era descendente de um primata. Ele retrucou dizendo que se eu quisesse ser parente de "macaco" era problema meu, mas ele mesmo jamais, e caiu na rizada. (Eu também!)
Para as pessoas em geral seria bastante esclarecedor fazer o que você argumentou ser impossível: juntar numa mesa as provas da evolução, na sequência correta, e pronto. Então, supondo que isso seja inviável, como seria possível transmitir essa teoria de modo a fazer com que o público comum a entenda perfeitamente? Como selecionar o melhor exemplo específico seja de uma planta, animal, ou qualquer outra coisa a fim de ter uma ideia bem definida sobre a evolução deste?
Quando se trata da religião, afirmações como as encontradas em Gênesis 1:1, de que "no princípio Deus criou os céus e a Terra', não precisam de provas. As pessoas não estão dispostas a questionar Deus. Elas são (com raras exceções) ensinadas a simplesmente aceitar o que os pais, os mais velhos, os professores, (Deus?) dizem. Lembro-me de quando criança de terem me perguntado: quem criou todas as coisas? sem exitar, respondi: Deus. Quem mais seria? Me parecia algo simples. Tudo o que vemos foi feito por alguém, logo, Deus seria uma hipótese razoável - e talvez única - para descrever a maneira como tudo surgiu.
Essa simplicidade nas explicações religiosas ganham adeptos desde a infância. Algumas deles parecem prosseguir por toda a vida e moldam nossos costumes, trabalho e convívio social. Não é fácil pensar de modo diferente depois de adultos, em especial por encontrarmos poucos que estão dispostos a reavaliar crenças tão profundamente arraigadas.
É possível tratar da evolução com tal simplicidade? É possível descrevê-la de tal maneira que até mesmo as crianças compreendam? As provas podem sem agrupadas de tal modo a serem suficientemente convincentes para uma pessoa comum e de mente aberta, sem que esta necessite meses ou anos de pesquisas?
Eu mesmo já tenho lido inúmeros artigos sobre evolução/criacionismo e, embora trabalhe na área de educação/marketing, e a situação quase sempre termina insolúvel. Um argumento é usado, em seguida é rebatido, daí vem a réplica/tréplica etc. Parece que quem ganha o debate não é quem tem a verdade, mas o argumentador mais capaz. Além disso há as farsas. Já assisti vídeos absurdos tentando provar a evolução e outros ainda piores tentado o oposto.
É pelo exposto acima que falo da importância da simplicidade. Acredito que se não for possível ensinar de modo mais compreensível a teoria da evolução, esse conhecimento ficará restrito aos versados no assunto. As coisas a nível religioso continuarão como sempre foram, as pessoas continuarão pensando como sempre pensaram, e os anos se passarão.
Considero esse assunto de importância vital. Se cremos em um Deus todo-poderoso e que nos orienta diretamente ou através de algum livro, então isso determinará a maneira como guiaremos nossa vida. Mas se, por outro lado, esse Deus não existe, então as coisas ficam bem diferentes. Não me refiro a serem diferentes para melhor ou pior, mas porque nos fornece uma perspectiva peculiar, pessoal, de tudo.
Agradeço que compartilhe seus conhecimentos sobre o que expus.
Segunda, 7 de Maio de 2012
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Olá Humberto. Obrigado por compartilhar tão genuína inquietude e preocupação com a questão.
Bem, devemos ceder à realidade e começar aceitando o fato de que a maioria das pessoas não está realmente interessada em compreender os aspectos mais complexos de qualquer teoria científica, portanto, não se espere que haja um entendimento satisfatório popularizado.
O que se pode esperar é, principalmente, que quem quer que esteja disposto a comentar sobre o assunto, qualquer que seja o motivo, entenda ao menos os princípios básicos, coisa que a quase totalidade dos criacionistas não passa nem perto. Portanto, para que impere a decência e a honestidade é preciso em primeiro lugar que os críticos da evolucionismo biológico o entendam, e segundo que sejam honestos sobre esse entendimento.
Por parte dos defensores ou ao menos não adversários, deve ser entendido que a evolução biológica, e quaisquer das suas conclusões, EM NADA SE RELACIONAM a questões a respeito da existência de Deus ou do Mundo Espiritual. Usar o Evolucionismo para defender o Ateísmo é uma impostura. O máximo que se pode dizer é que o mesmo não é compatível com uma interpretação literal da gênese bíblica.
Dito isso, é preciso também entender que nenhuma teoria científica se sustenta em sua mera simplificação, e que muitíssimo menos pode ser provada. Ao contrário do que nos sugere o senso comum, NÃO HÁ COMO PROVAR TEORIAS!
Centrando direto no assunto, o máximo que se pode fazer é explicá-la satisfatoriamente, sem viéses ideológicos, e contar com a boa vontade do ouvinte.
Curiosamente, é exatamente esse o objetivo deste site, e por isso mesmo pode-se ver o quanto a questão depende da boa vontade do interessado no assunto.
Espero que qualquer um que venha até aqui e leia atentamente alguns textos, por mais criacionista que seja, ao menos terá que admitir que a Evolução Biológica não é um delírio idiota tentando se sustentar por meio de fraudes estúpidas no afã desesperado de derrubar a civilização cristã. Se não houver ao menos essa disposição, tudo o mais é inútil.
Também não espero que alguém abandone sua fé ou mude sua visão pessoal de mundo, já estando completamente satisfeito em ajudar que um criacionista se torne suficientemente desenvolto para fazer críticas sérias do modelo evolutivo, que tem problemas que devem ser criticados sim, principalmente do ponto de vista filosófico.
Essa crítica é útil, pois pode não haver dano maior para uma visão científica do que perder a noção de realidade e se considerar portadora de VERDADES.
Por fim, é possível sim ensinar evolução de modo simples e satisfatório, mas sempre contando com a sinceridade e boa disposição de quem aprende. Porque não havendo isso, nem mesmo a mais perfeita metodologia pedagógica baseada na mais impecável teoria científica será capaz de superar a desonestidade íntima ou a estupidez orgulhosa.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
13 de Maio de 2012
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Mensagem Número 318
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Nome: Saul Ramos de Oliveira
saul.agro.ramoshotmail.com
Nascimento: 1987
Ocupações: Estudante
Naturalidade: João Pessoa - PB
Localidade: João Pessoa - PB
Posição sobre o Dilúvio: Inexistente
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre a Natureza: Monista Materialista
Posição sobre Deus: Ateísta
Comentários:
Prezado Marcus Valerio XR,me chamo Saul Ramos, e sou concluinte do curso de agronomia, na UFCG. Embora minha formação seja um pouco aplicada a temas específicos, não sou como a maioria dos meus colegas e até mesmo professores, que possuem uma visão restrita aos conhecimentos profissionais, me interesso muito por História, Filosofia, sociologia etc, no meu campo específico me interesso muito, por sociologia rural e Botânica. Por me interessar por Botânica fico fascinado, em ver a clara evolução das plantas até as Angiospermas os vegetais superiores, isso me fez me curioso o tema da evolução. Fiz algumas leituras básicas sobre o tema, mais tudo de caraté amador e iniciante. Encontrei seu site por acaso, e tirei muitas duvidas, e fiquei muito espantado sobre seu conhecimento sobre as questões da evolução.Embora não possuir uma larga leitura sobre o tema, me considero evolucionista, pelo simples fato de ser contra a Abstração nos fenomenos socias, e tambem nos biológicos algo que aprendi como Marxista. Queria muito (se possivel), algumas recomendações sobre leituras evolucionistas básicas, para começar a formular uma opinião sólida sobre o tema, e tambem entender melhor para discutir,tambem(se possivel)algumas dicas que voçâ acha relevantes para quem ta começando os estudos sobre evolução. Não sei se o que eu lhe peço está incluso,nas regras das postagem "SEM PERGUNTAS",se for o caso desculpe o incômodo, e entederei sua posição a não responder a mensagem.
Desde de já agradeço a atenção
Cordialmente, Saul Ramos.
Sexta, 30 de Março de 2012
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Olá Saul...
Obrigado por sua mensagem, e é bom respondê-la sim, até porque nunca sugeri bibliografias neste site, algo que costuma fazer falta a muita gente. No entanto, o principal motivo é o simples fato de que não há uma boa bibliografia sobre o assunto específico Evolução X Criação, por incrível que pareça! Pois o assunto é dinâmico demais e só tomou grande importância mesmo com o advento da internet, razão pela qual eu insisto que a melhor fonte para a pesquisa do mesmo é a própria internet.
Mas com relação a evolução em si, ao menos no Brasil, o livro biológico de referência nas universidades é o de Douglas J. Futuyma, intitulado
BIOLOGIA EVOLUTIVA. Garanto-lhe que não será necessário mais que esse livro para que qualquer pessoa possa se dizer basicamente instruída sobre evolução biológica. Muitos gostam de ler a Origem das Espécies, do próprio Darwin, mas pessoalmente não creio que seja realmente importante, como aliás costuma acontecer com frequência em ciência.
Diferente da Filosofia, nas áreas científicas não é obrigatória e nem sequer comum, por vezes sendo até contra indicado, a leitura dos livros fundadores do pensamento científico. O recomendado é que se leiam os ditos "manuais" atualizados, ou seja, livros didáticos nos mais diversos níveis. Nenhum estudante de física precisa ler Newton ou Copérnico, salvo por interesse histórico.
Uma exceção relativa à contenda EVO X CRIA é o livro de Michael Ruse
But is it science?, que narra o episódio seminal do Julgamento Arkansas 1981.
E para ser mais específico um pouco, embora eu não goste muito dos livros do Dawkins, um que acho muito útil é
O Gene Egoísta, pois este livro, além de ensinar o básico sobre evolução, tem muitos exemplos esclarecedores sobre uma temática que, a meu ver, delineia bem melhor uma visão evolutiva contemporânea, apresenta o útil conceito de Estratégia Evolutivamente Estável, e ainda introduz a memética, que pode vir a ser um dos campos mais promissores no futuro.
Mas no geral, como um autor recente sobre evolução, eu recomendo muito mais o Stephen J. Gould.
De qualquer modo, ainda insisto que o melhor mesmo é estudar o assunto na internet, desde que se possua o senso crítico necessário para separar o joio do trigo, que com certeza você tem. Acho muito curioso que em plena era da informação dinâmica, veloz, atualizável e interativa, tantas pessoas ainda estejam presas a livros!
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
16 de Abril de 2012
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Mensagem Número 317
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Nome: Francisco Silvestre
silvestreprofbol.com.br
Nascimento: 1976
Ocupações: Técnico em Contabilidade
Naturalidade: Jucurutu - RN
Localidade: Serra do Mel - RN
Posição sobre o Dilúvio: Inexistente
Posição sobre o tema: Design Inteligente
Posição sobre a Natureza: Monista Espiritualista
Posição sobre Deus: Monoteísta
Religião: Cristã
Comentários:
Na natureza há apenas matéria, energia, tempo, as leis físicas e o acaso - nenhuma força diretriz, nenhum propósito e nenhum objetivo.
Correto! Porém o SOBRENATURAL tem de ser real! Pois não podemos negar, de maneira alguma, que na vida existem propósitos e objetivos para muitas coisas e que existe uma FORÇA PESSOAL – além dos átomos - que nos direciona a fazer determinadas coisas, a sentir a justiça e também a injustiça e a sentir que somos responsáveis por muitas coisas (ex. filhos) e que não podemos, jamais, deixá-los para que o acaso tome de conta deles. De onde vem esses direcionamentos? Dos átomos?
Se o acaso é o responsável por tudo... quando surgiu propósito para as coisas?
Matéria e energia obedecem às leis da natureza.
Mas matéria e energia não criam as leis da natureza.
Portanto as leis da natureza não foram criadas pela natureza!
O tempo tem sido colocado como o agente que faz com que tudo aconteça. Então quanto tempo seria necessário para que as leis da natureza surgissem?
NÃO! Matéria (átomos) apenas obedecem a algumas leis (atração/repulsão) que não foram criadas por eles. Átomos não tomam decisões!
Logo, se as leis que controla a natureza não foram criadas pelos átomos, tem de haver algo ou algum ser além deles que criou essas leis e que os controla. E que os leva a tomar decisões.
E, como TUDO no mundo material é formado por átomos, essa entidade que controla os átomos, controla TUDO. A esse ser chamamos Deus. Deus controla tudo. Glórias a Ele eternamente!
Você pode negar que existe essa entidade pessoal além dos átomos? Os átomos fazem tudo sozinhos? Se não pode negar... Como não se curvar a tal entidade e procurar saber qual a sua vontade para os seres?
Quinta, 22 de Fevereiro de 2012
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Prezado Francisco...
Embora o teor de sua mensagem seja um tanto teológico, não deixa de se relacionar ao tema do site, ainda que leve a uma consequência um tanto irrelevante.
Vejamos.
Apesar do modo um tanto acidentado, você começa sua mensagem relativamente bem, distinguindo os aspectos imanente e transcendente do cosmo. Dá uma desmedida, mas inofensiva, importância ao acaso, e o mais importante, vislumbra bem a questão da existência Mental, que de fato configura um salto qualitativo entre um mundo mecânico e o universo intencional humano.
De fato, é difícil conceber uma descendência direta entre toda a complexidade subjetiva mental, e a objetividade material do mundo físico.
De um modo indireto, você termina por esboçar um argumento de que não havendo nada semelhante à mente no mundo material, então esta seria melhor explicada por uma mente anterior, transcendente, também responsável pela própria ordem do universo.
Apesar das imprecisões e algumas falhas conceituais, você delineia um bom argumento, no entanto, tudo lamentavelmente desanda em uma única frase:
"Glórias a Ele eternamente!", e como se não bastasse ainda termina com
"Como não se curvar a tal entidade e procurar saber qual a sua vontade para os seres?"
Com isso, fica claro que toda essa reflexão não tem uma origem filosófica legítima, não se trata de uma investigação genuína sobre a natureza, e nem mesmo de espiritualidade pura e simples, mas sim de mera herança religiosa contaminada por milênios de descaminhos e corrupção da própria essência da espiritualidade, se misturando com todo um amálgama de preconceitos de época, ingerências de ordem social, política e da triste tendência humana à submissão a autoridades.
Este site, que JAMAIS FOI ATEU, muito menos eu, sempre esteve aberto à questões relativas a procedência do Kósmos, nunca se pronunciando a respeito da existência ou não de uma divindade, sendo intelectualmente agnóstico apenas por uma questão de coerência com algo que mereça o nome de ceticismo. No entanto, jamais deixarei de apontar a improcedência da postura que tenta tristemente passar de uma reflexão teística puramente racional, ou mesmo estética, para a absurdamente distinta teologia tradicional.
Se existe um ser transcendente responsável por nós e pelo universo nos moldes que você inicialmente sugeriu. ABSOLUTAMENTE NADA aponta que tenha gênero, sendo "Ele", e menos ainda que seja carente de "glórias", que não passam de objetos de desejo de seres incompletos e necessitados como nós. Não poderia estar esperando que nos curvássemos a ela, ou mesmo que buscássemos saber o que pretende, porque se assim fosse se revelaria de uma forma acessível para todos, e não por meio de supostos profetas tão ignorantes quanto seu contexto, e por meio de textos primitivos tão obscuros e ineficientes quanto qualquer outra tentativa humana de moralizar a sociedade.
O máximo que se poderia dizer é que tal divindade nos equipou com algumas intuições fundamentais para nos orientar, e que se houvesse algum parâmetro de avaliação existencial transcendente para nossas condutas, esta seria baseada em nossa intimidade, penetrando profundamente em nossa interioridade e intencionalidade, e jamais se assentando em preceitos e preconceitos sociais padronizados, muitos dos quais inacessíveis, incompreensíveis, ou mesmo inaceitáveis após uma reflexão crítica.
Se "ELA" existir, não poderia ser muito mais provável que sua intenção fosse exatamente nos deixar na dúvida, para ver como nos saímos num mundo sem qualquer garantia de transcendência?
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
27 de Fevereiro de 2012
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Mensagem Número 316
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Nome: Mario Campos de Jesus
mariocamposdejesusuol.com.br 316
Nascimento: 1963
Ocupações: Técnico em Contabilidade
Localidade: Seropédica - RJ
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre a Natureza: Monista Espiritualista
Posição sobre Deus: Monoteísta
Religião: Espírita Kardecista
Comentários:
Ok, Marcos. Agradeço pelos ótimos esclarecimentos da minha útima mensagem direcionada ao evo-bio. Mas vamos ao cerne do problema. E para isso vamos trocar o termo ‘perfeição’ (que me pareceu agora inadequado ao que quero dizer) para ‘funcionalidade’. O Universo é todo funcional, extremamente engenhoso (galáxias, estrelas, planetas, a natureza, a vida) – Tudo funcionando direitinho, regras e leis fixas, nos deixando bem à vontade para prever resultados. De onde poderia originar-se essa funcionalidade, engenhosidade, regularidade (essas leis naturais)? Não falo só da vida, que tem a capacidade natural de alto regulamentação, alto replicagem, vindo a imaginar-se assim dispensar-se um regulador, um planejador (a teoria da evolução inclusive lida muito bem com essa autonomia dos seres vivos). Mas, e a origem, o pontapé inicial? Insisto que antes de ter sido criado o tempo e o espaço ele (planejador) ‘sempre’ existiu. Não criado, não temporal ... E não vejo como essa idéia atrapalha a investigação científica, pois nada impede que mesmo admitindo o planejador não possamos continuar procurando-o. Mas tudo bem se resolvermos não procurá-lo. Recebemos os ingredientes prontos e podemos regredir à vontade para descobrir o que quisermos, até chegarmos a um ponto que não poderemos ir mais e topamos com o ‘fabricante’ dos ingredientes. O que acha? Era isso o que eu queria dizer. Aí repito, reformulando a frase: ‘parto da suposição de que não existe planejador até que encontre algo suficientemente funcional e engenhoso, que sugira a existência de um; e encontro o nosso incrível Universo, que embora alto regulável agora, outrora precisou da regulamentação máster e da substância primordial’. Não falo de um planejador perfeito ou de um Deus de alguma religião, mas sim do causador (ou da causa) primordial de tudo.
MARIO CAMPOS DE JESUS
Quinta, 29 de Dezembro de 2011
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Olá Mario...
Bem, em primeiro lugar, é preciso que fique claro que nada tenho contra essa idéia da possibilidade de uma divindade criadora para o universo, e isso em nada interfere na pesquisa científica, desde que tal entidade fique de fora das pesquisas e das considerações teóricas. Ela seria, no máximo, objeto de especulação filosófica.
Sua mensagem dá a impressão de ser escrita para aqueles que confundem naturalismo com ateísmo, ou militantes do dogmatismo inverso, isto é, que estão certos da inexistência de qualquer coisa transcendente.
De fato, o termo funcionalidade é bem mais adequado, e é claro que o universo 'funciona', no sentido de se comportar, de uma certa maneira predominantemente ordenada. Mesmo assim, até mesmo esses termos podem esconder surpresas problemáticas, portanto lembre-se de manter esse conceito de "funcionalidade" livre da noção de 'função' num sentido teleológico, isso é, em que funções são previstas e determinadas por agentes intencionais. Até mesmo o termo 'engenhosidade' remete a essa noção de 'engenho', que pressupõe uma inteligência.
Ou talvez, seja isso mesmo que você pretenda sugerir, funções pré-determinadas.
Ora, volto a afirmar que nada há de impeditivo nessa noção, o que não se pode é cair na tentação da certeza, porque esse mesmo estado de coisas pode também ser resultado de uma aleatoriedade.
Pode ter havido infinitas eclosões de ordem a partir de um caos original, das quais algumas podem ter durado apenas segundos, outras horas, algumas milênios, e no caso da nossa, bilhões de anos. Essas regularidades não precisam ser projetadas, mas podem ser também mero resultado de uma estabilidade ocasional, que mesmo assim não é definitiva, pois existe um desgaste energético e parece certo que nosso universo tem um limite de existência.
Nosso universo pode ser 'funcional' e 'engenhoso', ou apenas assim parecer a seres que funcionam e tem engenho graças as contingências de uma seleção natural. O próprio universo pode ser apenas um selecionado entre bilhões de outros universos efêmeros.
Permanece, porém, a possibilidade, e achar uma estrutura com evidências de planejamento incontestes seria um trunfo. Mas é problemático apelar ao todo como um exemplo de algo que esperamos encontrar dentro deste todo, principalmente quando o que conhecemos de tal todo é praticamente nada!
Se for para apontar um bom candidato a planejamento, eu antes apostaria minhas fichas na própria Sensciência. A Inteligência e consciência de si próprio. Até porque ela é a condição operacional para tal percepção, sendo auto referencial.
A Mente, em si, me parece a melhor candidata para corroborar a idéia de que o Universo é fruto de outra Mente.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
16 de Dezembro de 2011
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Mensagem Número 315
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Nome: Gil Cleber Duarte Carvalho 311
gilccarvalhoig.com.br
URL:www.gilcleber.com.br
Nascimento: 1959
Ocupações: Funcionário público, Pintor, Escritor
Naturalidade: Rio de Janeiro
Localidade: Paty do Alferes - RJ
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre o Dilúvio: Local
Posição sobre a Natureza: Dualista Espírito / Matéria
Posição sobre Deus: Deísta
Comentários:
Prezado Marcus Valério XR:
Estive refletindo mais uma vez sobre a qeustão do dilúvio, mas, antes de mais nada, quero dizer que vi em outros tópicos no seu site uma abordagem sobre a questão da vegetação que, ao que me parece - como referi na postagem anterior -, não resistia a cento e cinqüenta dias sob as águas.
Um outro fato interessante que me ocorreu é sobre a data do dilúvio. Vejamos: uma referência que encontrei diz que de teria ocorrido há 4.600 anos, uma outra, por volta de 2350 a.C., o que corresponde a cerca de 4350 anos. Bem, as pirâmides do Egito têm, aproximadamente, 4500 a 5000 anos de existências, o que, confrontando as datas, elas existiriam antes do dilúvio. Segundo a história, presume-se que as pirâmides foram construídas com mão-de-obra escrava, presumivelmente do hebreus que lá viviam como escravos, mas a ida dos hebreus para o Egito, por intermédio de José, se deu - obviamente - depois do dilúvio, e as dinastias egípcias já eram milenares então (além do fato de não haver nenhum indício de que as pirâmides estiveram submersas, pelo que sei).Isso parece mostrar que, ou o dilúvio - se de fato houve - foi apenas local, ou a data está errada e a cronologia bíblica não é confiável ou está interpretada de forma incorreta. Um outro aspecto é que, mesmo retrocedendo em 500 anos a idade mais antiga estimada para o dilúvio, este teria ocorrido há 5100 anos, portanto de 600 anos antes da construção das pirâmides de Quéops (2550 a.C aprox.), de Quéfren (2520 a.C aprox.), o que novamente parece não bater com a cronologia egípcia, além do que em cerca de menos de um milênio seria impossível que a população originária apenas da família de Noé crescesse e se difundisse a ponto de surgirem distinções raciais (hebreus e o resto), se fundassem dinastias egípcias e o povo hebreu se tornasse escravo de um povo descendente e com quantidade numérica de pessoas suficiente para construir tais monumentos de pedra!
Essas são questões que, a menos que sejam devidamente respondidas e esclarecidas, levantam sérias objeções à idéia de um dilúvio universal. Qual sua opinião a respeito?
Terça, 13 de Dezembro de 2011
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Caro Gil Cleber...
Obrigado por mais essa participação, sobre a qual tenho pouco a dizer. Essas foram só algumas das inviabilidades históricas da crença num Dilúvio Global no Criacionismo de Terra Jovem. Os criacionistas, certamente, distorcerão datas e eventos o quanto for necessário para encaixar sua crença na literalidade bíblica, reescrevendo a histórica humana, e sobretudo a natural, visto não terem obrigação intelectual alguma exceto o necessário para que dar ao absurdo um verniz de remota possibilidade.
O fato de campo acadêmico algum dar suporte às crenças criacionistas será tratado como inexistente, iludindo os fiéis que nunca irão verificar em outras fontes as alegações, e podem alegremente crer num mundo de fantasia onde a academia em tudo confirma a Bíblia. Ou será tratado com o desdém de uma perspectiva paranóica que reduz todo o trabalho de séculos e das mentes mais brilhantes, à uma mera conspiração atéia.
Seus argumentos não serão novidades para a maioria dos criacionistas, que já acreditam numa história própria. Apresente para algum, e ele simplesmente irá negar os seus dados, ou, na pior, ou melhor, das hipóteses, acrescentar algum milagre para salvar a crença.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
7 de Janeiro de 2011
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Mensagem Número 314
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Nome: André Souza
andretanushotmail.com
Nascimento: 1978
Ocupações: Físico - Doutorando em Física pela UFMG
Naturalidade: Belo Horizonte - MG
Localidade: Belo Horizonte - MG
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre a Natureza: Monista Materialista
Posição sobre Deus: Materialista - Ateísta
Comentários:
=> Não entendi a pergunta "Posição sobre o dilúvio"... desculpe-me, mas essa pergunta é algum tipo de piada? Pretender que existiu um dilúvio universal é subestimar o intelecto humano! (Não gostaria de ter respondido essa questão, entretanto não conseguiria enviar-lhe esse texto... o que considero absurdo!)
Bem, não é sobre isso que quero falar ao senhor.
Adorei o teu site, é um site realmente sério e interessante.
Só tenho uma correção científica para fazer... provavelmente o senhor não é da área da física e seria interessante corrigir tal afirmação para manter este excelente site o mais correto possível sob o olhar científico. Note que o que irei dizer não irá salvar o fato de a bíblia ser totalmente incorreta em qualquer informação "científica" que ela por ventura contenha. As tuas críticas estão totalmente corretas, ou seja, a bíblia não possui NENHUM valor científico.
O senhor disse:
"Sendo assim não é a força gravitacional que "suspende" a Terra e sim a energia cinética do movimento de translação (...)"
Quando o senhor diz: "A razão da suspensão da terra no espaço", tenho certeza que o senhor quer dizer: "qual é a razão da planicidade da órbita terrestre"...
=> Não vou usar aqui TRG-Teoria da Relatividade Geral, só as leis de Newton ou Kepler bastariam para explicar tal fenômeno.
Acho que o senhor poderia trocar essa última afirmação. Não é realmente a energia cinética do movimento de translação da terra que a mantém em órbita. Vamos supor um corpo celeste "errante" -digo errante porque não estaria "preso" a nenhum sistema "solar"-, de mesma massa da terra (M_t), e com mesma velocidade média da terra (). Esse corpo poderia ter outra trajetória qualquer, mas teria a mesma energia cinética média da terra. Ou seja, dois corpos podem ter a mesma energia cinética e realizarem trajetórias diferentes no espaço. A equação da trajetória x(t) é obtida resolvendo-se uma equação diferencial (2 lei de Newton), com os valores iniciais da posição e da velocidade.
É a interação gravitacional que mantém a terra em órbita. Em um sistema de interação gravitacional de dois corpos, (terra-sol), uma órbita pode ser uma seção cônica fechada ou aberta dependendo da energia do astro, veja [1-2]. Ou seja, quando há interação gravitacional, a energia total realmente tem um papel importante na determinação da cônica plana. Isso pode ser visto claramente em [1]. Esse fato foi primeiramente descoberto por Kepler (ele já sabia que as órbitas fechadas seriam elípses planas), utilizando-se dados experimentais precisos de Tycho Brahe e, mais tarde confirmados por Isaac Newton.
Uma maneira simples de explicarmos a razão da planicidade da órbita da terra é a conservação do momento angular: como a força gravitacional é uma força central, as órbitas serão planas. (é claro que estou considerando aqui, como o senhor, órbitas não-perturbadas!). Veja por exemplo [1-2]. Na wikipédia o senhor vai encontrar o resultado que as trajetórias sempre serão cônicas planas, em uma análise bem razoável do movimento orbital eles calculam as equações dessas cônicas. O senhor pode encontrar também essa explicação em outros livros mais avançados [3] e [4] ou [5]. Talvez em livros mais básicos [6] essa demonstração esteja mais simples, porém menos rigorosa.
Bem, eu não sei qual o treinamento em matemática ou em física o senhor tem, portanto não saberia em qual profundidade ou rigor matemático eu poderia lhe escrever...
Mas, talvez a maneira mais simples (e correta), de colocar a frase no teu site seria: a terra é "suspensa" no espaço por causa das leis de Newton. Não deixa de ser uma verdade, mas é uma verdade de entendimento mais "simples". => Eu substituiria a frase por essa frase mais simples e ainda cientificamente correta, devido à grande diversidade de formação dos teus leitores que podem ser cientistas, advogados, médicos, pastores, padres, fanáticos religiosos, etc...
Um abraço,
André Souza.
Referências
[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93rbita
[2] http://en.wikipedia.org/wiki/Orbit
[3] Mecânica Analítica, Nivaldo Lemos
[4] Classical Mechanics, Herbert Goldstein
[5] Lagrangian and Hamiltonian mechanics, Melvin G. Calkin
[6] Halliday ou Alaor, etc.
Sábado, 26 de Novembro de 2011
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Prezado André...
Muito obrigado por sua esclarecedora mensagem, e antes de tudo digo que não precisava ter respondido ao item sobre o Dilúvio, deixando-o em branco. Eu acrescentei essa pergunta, bem como as outras, para esclarecer de imediato a posição do missivista evitando desentendidos, e também para evitar os trolls que aparecem apenas para importunar, visto que estes são prequiçosos demais para preencher todos os campos. Além disso, essas exigências ajudam ao próprio missivista clarear sua posição, não sendo raro que alguns só reflitam sobre o que de fato acreditam quando confrontados com uma pergunta direta.
Bem, sobre sua questão, que se refere ao texto
A Falsa Inerrância Científica Bíblica,
apesar de valor das informações e da contribuição, penso que deve ter havido um mau entendido a respeito da natureza da afirmação. Parece-me que ao focar a questão da planicidade orbital, minha colocação foi interpretada como relativa a uma hipotética "queda" perpendicular em relação à órbita.
Mas no contexto em que abordei o conceito, aliás já faz uns 10 anos da versão original, o "suspender" em questão se referia à noção primitiva de que se deve suspender um objeto qualquer do solo, evitando assim sua queda. Esse pensamento toma o fenômeno das quedas como uma espécie de princípio natural universal e onipresente, sempre numa mesma hipotética direção, à ponto de achar que fora do mundo, essa mesma direção seria mantida.
Mas uma coisa só pode "cair" rumo a um centro de gravidade, e é aí que deve ser entendida minha frase, se a Terra precisa ser "suspensa", é para que não "caia", e ela só poderia "cair" rumo ao centro de gravidade do sistema, que é o Sol. Assim, a formulação mais correta é "Por que a Terra não é tragada pelo Sol?"
Ora, o que a impede de ser engolida pela gravidade superior da estrela é seu movimento de translação, ao mesmo tempo que é a gravidade que impede que a Terra se solte do sistema e se torna um planeta errante no espaço.
De fato, causou confusão o meu uso do termo "energia cinética", que decidi retirar, deixando apenas o "movimento de translação".
De qualquer modo, suas colocações me chamaram atenção para o fato de que realmente algumas pessoas podem interpretar a questão de uma forma diferente. A noção natural de que as coisas caem "para baixo" é tão forte que já vi desenhos animados ambientados no espaço onde, deixando de funcionar os motores, as naves "caem" infinitamente sabe-se lá pra onde. Um leitor menos informado, em especial um que se impressione com os argumentos dos apologetas do inerrância científica bíblica, pode realmente interpretar a minha frase nesse sentido que você abordou, como se o sistema solar estivesse na horizontal, flutuando no espaço, e que a queda em questão seria numa direção paralela ao eixo de rotação do sistema solar, ou, "caindo do plano orbital".
É algo que tenho que examinar melhor, e talvez recolocar de um modo mais claro, até por que boa parte do texto é uma resposta direta a um outro texto, que aborda crenças antigas como tartarugas gigantes voando no espaço.
Mais uma vez, obrigado pela mensagem e desculpe a demora.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
5 de Janeiro de 2012
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Mensagem Número 313
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Nome: Mario Campos de Jesus
mariocamposdejesusuol.com.br
Nascimento: 1963
Ocupações: Técnico em Contabilidade
Localidade: Seropédica - RJ
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre a Natureza: Monista Espiritualista
Posição sobre Deus: Monoteísta
Religião: Espírita Kardecista
Comentários:
Olá, Marcus. Mais uma vez é com prazer que retorno a escrever-lhe, e agora, nesta oportunidade, pela primeira vez no evo.bio.
Quero falar sobre seu texto ‘POR QUE OS D.I.stas SE RECUSAM A TEORIZAR SOBRE O PLANEJADOR?’, especificamente na parte onde você diz:
‘Por isso, se partirmos da hipótese de que a vida não foi planejada, essa hipótese poderá ser testada, pois bastará achar uma coisa suficientemente perfeita para fazer esse teste, ...’
Começo perguntando: A engenhosidade dos organismos vivos, a versatilidade, por exemplo, dos seres humanos e a simetria da estrutura dos seres, não pode ser considerada uma coisa perfeita? Lembre-se que uma escultura de barro com a forma perfeita do Cristo Redentor não pode ser considerada obra do acaso. Você não considera maior perfeição em um ser vivo do que em uma escultura? Sei que o que seu texto defende é a adoção da hipótese a priori de que não há planejamento, mas só até encontrarmos uma coisa perfeita.
Eu acho o cosmos caótico, afora as leis da física que o comanda. As explosões, colisões, parecem acidentais – sem comando, ou não planejadas. Já a vida, que claro, também tem seu nível de casualidade, sugere uma perfeição; uma perfeição muito maior até do que qualquer coisa que já criamos por aqui (estátuas, aviões, etc).
Depois de tanta observação já não estaria na hora de considerar o planejamento ao invés do surgimento espontâneo da vida? Se sempre chegamos a um beco sem saída, quando, mesmo imaginando tudo surgindo espontaneamente, não sabemos de onde veio a substância primordial, porque os cientistas teimam em não admitir um planejador? Há uma explicação técnica para essa não admissão, afinal?
Sei que incorremos na regressão infinita ao imaginarmos também quem planejou o planejador, mas devemos superar isso aceitando que algo foge da nossa alçada de entendimento e pronto – pelo menos por hora. Ou teorizar que o ‘início’ de tudo ‘ocorreu’ antes de ter sido criado o tempo – pois isso acaba com o problema da tal regressão infinita que só existiria num contexto de tempo.
Agradecido pela atenção e no aguardo de sua resposta.
MARIO CAMPOS DE JESUS
Quinta, 10 de Novembro de 2011
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Prezado Mario...
É um prazer recebê-lo aqui. Não sei explicar o problema de postagem que tiveste, mas decidi transferir sua mensagem para cá.
O problema reside mais nos conceitos de Perfeição, Ordem, e Caos, mais especificamente, na passagem acidental dos mesmos de adjetivo para substantivo.
Em geral, os teístas e idealistas costumam considerar os dois primeiros principalmente como substantivos, isto é, a 'Perfeição' existe, é uma coisa real. O mesmo se diz da 'Ordem', e ambas tendem ao absoluto, associadas à figura divina e transcendente.
Mas no uso prático, e aliás o único inteligível, esses termos estão mais para adjetivos, uma coisa pode ser mais ou menos perfeita ou ordenada, ou caótica. Existem então "graus de perfeição", e de ordem. Mas se for assim, então é difícil sustentar que possa existir A Perfeição ou A Ordem em sim, pois isso seria uma instância onde os graus não se aplicariam, seriam Perfeição e Ordem absolutas, e portanto, inquantificáveis.
Desde minha monografia DEUS ME LIVRE tenho apontado que pregar a existência da Perfeição é uma negação do infinito, isto é, O Perfeito seria algo ao qual não se poderia acrescentar mais perfeição, colocando um limite quantitativo numa grandeza. Considerando que o conceito de infinito é muito mais claro e fértil que o de perfeição, no sentido substantivo, só nos resta abandonar o último e considerar que as coisas apenas são mais ou menos perfeitas, ou ordenadas / caóticas.
Agora, vamos aplicar essa noção às tais idéias.
A primeira coisa que TEM QUE SER POSTA DE LADO, é a idéia de um Planejador Perfeito. Essa noção é completamente inutilizável e dela jamais se poderá extrair qualquer coisa de compreensível ou útil. Só podemos trabalhar com o Relativo, jamais com o Absoluto, portanto, se quisermos considerar a existência de um planejador, só podemos pensá-lo como imperfeito, ainda que possua um grau de perfeição muitíssimo além do nosso.
Só isso derruba todas as investidas criacionistas, e quase todas as teístas.
O motivo, nunca é demais repetir, é que a simples hipótese de um planejador perfeito já aniquila qualquer possibilidade de compreensão, pois se é assim, os entes que encontramos teriam que ser considerados como perfeitamente implementados mesmo que nos pareçam o exato contrário, de modo que a conclusão de que somos nós que não podemos compreender a amplitude e contexto de tal perfeição é inevitável, e assim, partindo de uma premissa de incognoscibilidade, não se pode fazer qualquer tipo de reflexão filosófica e muito menos científica.
Talvez tenha lhe faltado mais ênfase em outras partes do texto, pois admito que podemos sim partir da noção de um planejador imperfeito, mas desde que tenhamos uma teoria prévia que levante hipótese sobre suas intenções. Não poderíamos sustentar uma teoria de planejador travesso ou enganador, a tentar nos ludibriar, ou que tivesse um senso estético bizarro, porque isso não permitiria uma abordagem racional.
Assim, o fato é que podemos considerar sim que existam entidades naturais planejadas, o problema é que até agora não encontramos evidências suficientes para considerá-las com seriedade, pois como expliquei, temos que partir da hipótese contrária, do não planejamento, para na evidência inversa, lançar hipótese sobre o possível planejador e formular uma teoria de planejamento para em seguida testá-la empiricamente,.
Estranho você perguntar se já não está na hora de considerar o planejamento, visto que passamos milhares de anos fazendo exatamente isso, inclusive pondo o limite supremo ao infinito ao postular um ser perfeito e incriado, mas somente após considerar a hipótese contrária a biologia realmente avançou. Pode ser que já esteja na hora de considerar uma hipótese nos moldes que venho sugerindo, mas indiretamente ela já está em consideração, o que falta é achar evidências que possam garantir-lhe uma devida atenção. Ou, como disse o próprio Darwin, referendado por criacionistas, falta encontrar alguma estrutura que não possa ser explicada pela evolução natural.
Abordando outro ponto de sua mensagem, note que há uma distância muito grande entre uma escultura como o Cristo Redentor e uma estrutura viva, pois estas últimas são auto organizadas, ou seja, são seres vivos, autônomos. O fato da escultura não poder ser obra natural se relaciona mais com o fato de não ser um agente, e sim um ser passivo, que nada pode fazer por si próprio. Mas os seres vivos são ativos, e extremamente mais complexos, porém, com uma complexidade crescente através dos tempos. Os primeiros, evidentemente, eram extremamente simples.
Nada disso, porém, nos permite usar para eles o conceito de perfeição exceto como um adjetivo significado que possuem um certo grau de eficiência, precisão, potencial de reprodução, sobrevivência etc.
Além do mais, o que isso significa? Será que uma barata, com sua incrível capacidade de adaptação, sobrevivência e reprodução, e certamente mais capaz de sobreviver a um cataclismo de proporções planetárias, é menos perfeita que um ser humano e todos os seus defeitos estruturais? Não seria os seres mais simples justamente os mais perfeitos?
Não seria a esfera, com sua incrível simplicidade, justamente a forma mais perfeita? Ou os poliedros regulares? As estruturas mais complexas todas seriam menos perfeitas, nesse sentido.
Indo para o espaço, por que este seria mais caótico? Não são os planetas orbitando harmoniosamente em torno de suas estrelas, muitíssimo mais ordenados do que uma confusa selva repleta de diversas espécies distintas lutando pela vida e morrendo aos milhares?
Veja. São conceitos deveras problemáticos, que precisam ser encarados com cuidado. Não podemos 'admitir' a existência de um planejador, muito menos esperar encontrar algo perfeito. Podemos esperar encontrar uma estrutura que desafia a explicação científica tradicional, e se não for possível uma explicação naturalista, aí postular uma teoria de ação intencional.
Mas... Sempre lembrando que isso sempre se aplicará a um caso restrito. Achar uma estrutura celular que nos obrigue a concluir por planejamento nos permitirá apenas admitir que aquilo foi planejado, como uma intervenção pontual de alguma inteligência desconhecida que pode nada ter de divina e transcendente.
Se daqui a milhões de anos futuros, após a humanidade desaparecer, uma nova espécie sensciente, ao se deparar com resquícios de nossas obras, talvez até biotecnologia, que os obrigue a aceitar um projeto intencional, e então concluírem que isso prova a existência de um criador perfeito que a tudo fez, não estariam eles lamentavelmente equivocados?
Imagine esses pobres seres reverenciados tudo o que acharem de nosso legado, ou elevando ao estatudo de verdade absoluta e divina qualquer besteira que tenhamos escrito?
E não seria exatamente isso o que acontece?
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
16 de Dezembro de 2011
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Mensagem Número 312
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Nome: Cleide Merenso dos Reis
cleidemerensohotmail.com
Nascimento: 1984
Ocupações: Professora
Naturalidade: Jaru - RO
Localidade: Monte Negro - RO
Posição sobre o tema: Criacionista de Terra Jovem
Posição sobre o Dilúvio: GLOBAL
Posição sobre a Natureza: Dualista Espírito & Matéria
Posição sobre Deus: Monoteísta
Religião: Adventista do Sétimo Dia
Comentários:
Olá Marcus, tudo bem?
O meu nome é Cleide e sou professora. Em primeiro lugar quero lhe dizer que seus sites são muito bonitos e o que é melhor, possuem conteúdos muito interessantes.
Bem, há muito tempo leio seus sites, mas só agora tive coragem de lhe escrever uma mensagem.
Sou professora do segundo ano do ensino fundamental em uma escola pública estadual, então trabalho com crianças entre 6 e 10 anos. Sempre conto histórias para os meus alunos, porém sempre evitei contar histórias bíblicas, por achar que não é correto, uma vez que nosso estado é laico.
Certo dia uma aluna me trouxe um livro e pediu que eu contasse aquela história. Olhei e vi que era a história da criação bíblica, hesitei em contá-la, porém as crianças imploraram em um coro: ___conta, conta, conta, ........
Então comecei a contar pelo tradicional “era uma vez....” Quando cheguei no quarto dia, momento em que Deus cria o sol, a lua e as estrelas, de repente não mais que de repente um menino diz: ___Ué “pro” , Deus já não tinha feito o Sol no primeiro dia?! Eu disse: ___Deus criou a luz no primeiro dia. Ele contestou:
___Mas não é o sol que dá a luz pra gente?
Fiquei atônita olhando para o menino e pensei: “Meu Deus até uma criança percebe que há um problema nessa história”! É claro que eu conheço as explicação oficial da igreja, mas não sei se é plausível cientificamente e além disso, ultimamente ando muito cética com relação a tudo, em especial com a religião. Percebo que muitas dessas explicações são especulações que não estão me convencendo.
Sou Adventista do Sétimo Dia de “berço” e esta é a única denominação cristã que conheço na prática. Fui batizada aos 13 anos de idade, mas só hoje percebo que naquela época eu não sabia exatamente o que estava fazendo e muito menos sabia o que era fé, na verdade eu acho que nunca soube, pois nunca a senti, não porque não quisesse e sim por não conseguir sentir essa fé que a maioria dos religiosos alegam sentir, uma vez que para mim, fé é algo mais para se sentir do que para se pensar.
E para finalizar quero lhe dizer que amo os seu sites e adoro visitá-los todos os dias. Obrigada por escrevê-los!!!!!
Segunda, 7 de Novembro de 2011
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Prezada Professora Cleide...
Muito obrigado por sua valiosa contribuição, mostrando na prática como questões teológicas podem resultar em situações delicadas.
Há logo abaixo uma mensagem abordando esse tema, a 307, que comenta um argumento que talvez seja a explicação "oficial" que você citou.
Achei muito honesta, e sensata, a sua atitude com seus alunos, e gostaria de sugerir uma saída simples que costuma dar bons resultados, sem ofender a inteligência e nem desrespeitar a religiosidade. Basta lembrar que a interpretação da Gênese, em grande parte, tem que ser simbólica, pois se for literal, ocorre exatamente o que você falou, até uma criança percebe o absurdo.
Como eu digo em Respeito à Gênese, a interpretação literal da criação, onde se fundamenta o Criacionismo "Científico" tradicional, não pode ter outro resultado além de ridicularizá-la, e ou lesar a inteligência do intérprete, que se vê obrigado a aceitar, sustentar, e tentar, inutilmente, racionalizar, e defender uma série de incoerências.
Assim, da próxima vez, você poderia dizer que a tal luz do primeiro dia era "luz" num outro sentido, talvez espiritual, ou até, como diz a mensagem abaixo, a "natureza da luz", que depois viria a ser implementada pelos astros, pena que no caso do argumento citado na Mensagem 307 o apologeta tenha concedido a isso um viés "elemental" e engatado uma cadeia de disparates.
Mais uma vez, parabenizo sua postura e agradeço seus comentários.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
16 de Dezembro de 2011
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Mensagem Número 311
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Nome: Gil Cleber Duarte Carvalho
gilccarvalhoig.com.br
URL:www.gilcleber.com.br
Nascimento: 1959
Ocupações: Funcionário público, Pintor, Escritor
Naturalidade: Rio de Janeiro
Localidade: Paty do Alferes
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre o Dilúvio: Local
Posição sobre a Natureza: Dualista Espírito / Matéria
Posição sobre Deus: Deísta
Comentários:
Prezado Marcus Valério,
Uma questão interessante acerca do dilúvio, sobre a qual estive refletindo há alguns dias - e que me parece que você não chegou a abordar (embora eu não tenha lido todos os seus artigos) -, é a questão da vegetação.
Segundo os criacionistas o dilúvio foi global, e a Terra teria ficado cento e cinqüenta dias totalmente recoberta de águas.
A grande maioria dos vegetais, pelo que penso, não sobreviveria a um período tão prolongado de submersão. Planta pequenas principalmente, não sei quanto às grandes árvores.
Se Noé não levou para a arca sementes para replantio - pelo menos a Bíblia não faz referência a isso, somente a animais -, como essas plantas existiam após o dilúvio? Se ele levou sementes ou mudas, de que maneira ele poderia ter percorrido o mundo colhendo mudas e sementes às dezenas de milhares? Esta é uma questão que eu gostaria de ver os criacionistas responderem.
Gostaria de sugerir a leitura do livro
O Engano do Evolucionismo, de Harun Yahya, disponível em PDF na Internet. Eu estou lendo e fazendo comentários e contestações no próprio livro (felizmente o arquivo não é protegido).
A estratégia do autor é a costumeira: desacreditar o evolucionismo citando fraudes, distorcer conceitos científicos, afirmar que fatos científicos ou são mentiras ou são impossíveis, etc. Enfim, uma série de despautérios.
Há, porém, uma abordagem interessante feita pelo autor, ao retomar a Segunda Lei da Termodinâmica: que para que a matéria, na Terra primitiva, se organizasse dando origem à vida teria de haver uma ação criadora. É fácil entender o que ele pretende dizer: refere a Terra como um sistema aberto, que recebe energia do Sol, donde a ocorrência de redução de entropia por meio dos mecanismos naturais (p. ex., na formação de uma planta). Sem mecanismos antecessores, a segunda lei impediria a auto-organização da matéria para criar vida. Daí, aduz que a formação da vida na Terra primitiva dependeria também de um mecanismo antecessor, no caso, um Criador.
Eu, pessoalmente, não sou contra a idéia de um Criador, mas é patente que a ciência não pode lançar mão desse tipo de explicação, primeiro porque busca causas naturais para fenômenos naturais, segundo porque esse já seria um campo para a filosofia e para a teologia, não mais para a ciência.
Gostaria de conhecer sua opinião sobre o livro.
Sou pintor e escritor, e convido-o a conhecer meu site.
Segunda, 31 de Outubro de 2011
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Caro Gil Cleber...
Obrigado por sua participação.
Sem saber onde tomaste conhecimento de meus textos sobre o assunto, recomendo então que leia
QUESTÕES SIMPLES QUE O CRIACIONISMO NÃO RESPONDE, onde a Questão Número 2 é exatamente:
COMO AS MILHÕES DE ESPÉCIES VEGETAIS DE CADA REGIÃO DO MUNDO SOBREVIVERAM AO DILÚVIO?" que é levantada com várias sub questões. Ao final, há uma lista de diálogos com criacionistas onde isso foi discutido em detalhes.
A resposta criacionista oscila entre abordagens naturalistas e sobrenatualistas. Para as últimas, bastam alguns milagres adicionais e tudo está resolvido, Para as primeiras, pode-se levantar hipóteses como a flutuação de sementes e pedaços de vegetação, sempre associado à Super Especiação, que apesar de negar transições como a ocorrida entre os dinossauros e as aves ao longo de milhões de anos, preconiza transições do tipo gatos para leões em menos de 3 mil. Tudo isso, porém, ignorando passagens da própria gênese, que diz
"Tudo o que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia na terra seca, morreu." Gn 7:22
Também já tratei exaustivamente da questão da termodinâmica no texto
A ACALORADA QUESTÃO TERMODINÂMICA, onde lancei uma abordagem aparentemente definitiva, pois apesar das inúmeras mensagens e críticas de criacionistas que recebi desde então sobre os mais diversos assuntos, o único que chegou a tentar rebatê-la posteriormente admitiu sofrer de problemas mentais e pediu para retirar sua delirante mensagem do ar.
No entanto, você traz um elemento adicional mais recente, relativo a confusão deliberada que os criacionistas fazem entre o conceito de Entropia e Desordem, misturada ao tratamento muitíssimo especial de "informação" que sutilmente empurra o conceito de desígnio para qualquer noção de Ordem. Assim, Harun Yahya demonstra que fez o dever de casa na escola criacionista cristã, que em seu Quinto Estágio, tem enfocado a questão da "Informação", que abordei resumidamente na Resposta 263.
Outra novidade colocada por esse Criacionista Islâmico é a distinção entre Auto-Ordenamento e Auto-Organização, para rebater exemplos evolucionistas de surgimento espontâneo da Ordem, com notável perspicácia, por sinal. Mas, novamente, ele pressupõe que Ordem é necessariamente intencional, redefinindo a palavra de um modo onde a conclusão por um criador inteligente é praticamente silogística.
Aos processos naturais que impõe ordem, ele chama de auto organizadores, mas declara que os auto ordenadores seriam impossíveis. Estes últimos, claro, seriam exatamente os que estão em disputa, altamente mais complexos, e, previsível e tediosamente, apelando a exemplos de estruturas evidentemente intencionais, como castelos na areia, para contrastar com ordenamentos espontâneos como faixas de areia estratificadas. O que nos deixa na perpétua dúvida de saber se o fato dos exemplos que eles utilizam (castelos de areia, relógios ou boeings) também não encontrarem qualquer paralelo na natureza, ocorre por desatenção ou má fé.
Novidade sim, mas não uma verdadeira nova abordagem, mais um novo modo de cair na mesma petição de princípio. Se estamos há dois séculos discutindo a possibilidade da surgimento espontâneo da complexidade, deveríamos sempre ter em mente quais são os argumentos das partes, mas o que Harun Yahya faz, pela bilionésima vez, é ignorar o argumento evolutivo e insistir que "ordem" só pode ser intencional, quando é exatamente o contrário que os evolucionistas vem sustentando, com miríades de exemplos baseados numa teoria científica.
Claro que no nível de Criacionismo que este apologeta do fundamentalismo islâmico apresenta, fica de fato impossível acrescentar um mínimo de bom senso, quanto menos de dignidade. Sua obra,
O Engano do Evolucionismo, é nada menos que anacrônica, ultrapassada até mesmo pelo criacionismo cristão, sendo até decepcionante que a Sociedade Criacionista Brasileira o tenha traduzido, mostrando o quão longe estão dispostos a ir no delírio criacionista, pondo em suspeita a aparente boa vontade que costumam apresentar.
Na verdade, não passa de uma coletânea, com alguns toques pessoais, do Criacionismo Cristão reapresentada para o público islâmico, que como todo bom público não cristão, ignora por completo o assunto. Com o agravante de que incorpora de uma forma mais direta o ataque conservador contra qualquer forma de modernidade / contemporaneidade, nesse sentido ecoando o Criacionismo Católico, como o do Instituto Montfort, focado no combate ao materialismo e no anti-comunismo.
Considerando que qualquer possibilidade de um Criacionismo "Científico" sério sobreviver após a prova definitiva do parentesco entre humanos e animais, os registros de Retrovírus Endógenos no DNA, essa "nova" vedete criacionista está mais para uma assombração a se importunar seu carrasco. O único futuro criacionista minimamente sério é o Evolucionismo Teísta, a exemplo do Design Inteligente e as novas "teorias" de "aumento de informação' genética'.
Façamos votos para que a iniciativa não vá muito longe, pois apesar do fato de que todo o esforço criacionista ter sido absolutamente inútil para conquistar por si alguma credibilidade, ele cresce, ou ao menos crescia, pelo fato da religião em si crescer. Ou seja, a escalada do criacionismo nada tem a ver com sua competência em galgar novos níveis, mas sim na competência inconteste da religiosidade em crescer num mundo em crise de valores e identidade. O criacionismo só cresce dentro da religião, mas esta cresceu muito nas últimas décadas.
Para que esse criacionismo islâmico cresça, decerto exigirá o crescimento do próprio islamismo, que o fará por suas próprias forças, de modo que um vasto criacionismo muçulmano só poderá existir num vasto território muçulmano, mas com uma notável diferença. Se tivermos criacionistas islâmicos no ocidente na mesma quantidade, e qualidade, que temos criacionistas cristãos, então sentiremos saudades de Henry Morris e companhia, que no máximo apelavam, para golpes baixos para se estabelecer.
Fico imaginando o perigo que extremistas islâmicos dados à violência poderiam oferecer se começassem a achar que o tema é tão grave e pertinente quanto Harun Yahya quer fazer parecer.
Por fim, conheci seu site e estou lendo seus textos, que são muito bons, diga-se de passagem, embora suas opiniões sobre Filosofia me pareçam pecar pela generalização (De como tornar-se um filósofo), tomando certas tradições hermenêuticas que bem merecem suas críticas como se resumissem toda a filosofia.
Mas isso é assunto para meu site original.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
12 de Dezembro de 2011
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Mensagem Número 310
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Nome: José Rubens Pontes de Sousa
jrpsousaig.com.br
Nascimento: 1963
Ocupações: Técnico em Eletrotécnica
Naturalidade: Campina Grande-PB
Localidade: Piúma-ES
Posição sobre o tema: Design Inteligente
Posição sobre o Dilúvio: GLOBAL
Posição sobre a Natureza: Dualista Espírito / Matéria
Posição sobre Deus: Monoteísta
Religião: Protestante
Comentários:
Meu caro Marcus Valerio XR,
O grande problema que sempre observo nos defensores do Evolucionismo é a confusão entre Criacionismo e religião, Criacionismo é diferente de religião. Tenho certeza que nenhum ciêntista Criacionista nega os fatos comprovados ciêntificamente sobre o "surgimento" ou a "criação" do universo.
O preconceito religioso por parte da maioria dos Ciêntistas tem impedido que eles vejam que é necessário ter mais "FÉ" para acreditar que todo universo inteligentemente organizado em seus milhões de detalhes tenha surgido do nada, do que acreditar que houve o planejamento e a execução de um maravilhoso projeto.
O criacionismo nada mais é do que acreditar que qualquer que tenha sido a forma exata da criação do universo, ele foi concebido por um ser inteligente. Ou seja, em pelo menos um momento do tempo existiu um ser que criou o nosso universo sobrenaturalmente, isto é, fugindo às leis da natureza que hoje conhecemos.
A crença evolucionista segue os mesmos princípios com relação à criação, porém não atribuindo a ela um autor: eles acreditam que em um momento do tempo aconteceu um evento sobrenatural que fugiu às leis da natureza que hoje conhecemos, porém ele aconteceu por si só.
Precisamos atentar que nas duas possibilidades é preciso ter "FÉ", pois nenhuma das teorias pode ser comprovada. De fato, a comprovação de qualquer uma delas pelo método científico revelaria que deve existir um criador. Isso porque uma teoria só pode ser comprovada se for observada e o método científico exige a reprodutibilidade, e ao fazer isto criaríamos um novo cosmo (talvez um nano-cosmo, mas ainda assim...), havendo assim a necessidade de existir um criador deste.
Logo, pelo menos no que se diz à criação, ambas as *crenças* são "religiosas", não científicas.
A separação entre ciência e religião no criacionismo se dá a partir do momento em que dá-se uma identidade ao criador. É somente neste ponto em que criacionistas se tornam religiosos. A alternativa é o agnosticismo, que a meu ver é a única "não-religião" que existe, o que também podemos chamar de "preconceito religioso".
Atenciosamente,
JR PONTES.
Segunda, 11 de Maio de 2011
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Prezado José Rubens...
Sendo evidente que não leste os principais textos do site que versam sobre parte dos assuntos levantados, eu nem deveria responder sua mensagem, uma vez que já tratei da maior parte dos argumentos por você levantados. No entanto, há algo de inédito em sua observação, que está no parágrafo 4, sobre distinção entre atribuir ou não um autor ao fenômeno do surgimento do universo. Deixemos isso para o final.
Você também comete 3 erros primários sobre o assunto que só tem servido para inviabilizar qualquer compreensão do tema, o que é estranho, visto que seu discurso sugere uma pessoa bastante instruída e perspicaz.
PRIMEIRO, você aceita a confusão proposital empurrada pelos criacionistas de considerar como "Evolução" um conceito que abrangeria até a criação do Universo, quando no entanto nada há na literatura científica que sequer aponte para isso. Como venho insistindo há anos neste site, a única aplicação correta do conceito é como EVOLUÇÃO BIOLÓGICA! Sendo completamente irrelevante que o universo tenha surgido por tal ou qual processo, ou seja perpétuo. Nesse sentido, Evolução NÃO DISCUTE COSMOGÊNESE.
SEGUNDO, você fala em Comprovação de Teorias, e já estou cansado de explicar porque isso não faz o menor sentido. Só leigos acham que teorias científicas podem ser comprovadas. Bem, esses dois problemas estão claramente advertidos nas QUESTÕES MAIS FREQUENTES, que evidentemente você não leu.
Já o TERCEIRO erro é estrutural à sua mensagem, e merece uma consideração mais direta. E sobre o conceito de FÉ.
Antes devo dizer que pouco adianta contestar posições científicas ou filosóficas pela mera resignificação de termos. O que você entende por "Fé" e "Religião" não condizem com os usos mais eficientes do termo em linguajar mais esclarecido. "Religião" seria evidentemente uma proposta de conexão pessoal, ou íntima, com o princípio criador, e se uma postura científica não reconhece um autor para o universo, seria absurdo que aplicasse a ele uma postura religiosa.
O astrofísico que estuda o Sol, sabendo ser ele a fonte da energia vital da Terra, e mesmo acreditando ter sido de onde a própria Terra primitiva emergiu, não tem como, apenas por isso, ser religioso, pois isso iria requerer que o Sol tivesse algum tipo de característica que permitisse supor algum relacionamento especial com ele. É bem diferente de adorar o Sol e fazer orações, pedidos e promessas ao mesmo.
Quanto ao termo "fé", qualquer uso minimamente compreensível do mesmo, principalmente numa terminologia cristã, inviabiliza afirmações sem sentido como a de que seria necessário fé para crer em qualquer teoria científica. De forma análoga à anterior, "Fé" pressupõe alguma pessoalidade em seu objeto. Posso ter fé numa pessoa, numa divindade, ou até num objeto se eu lhe atribuir algumas características humanas. Seria a "confiança" que se deposita numa possibilidade, uma confiança convicta.
Uma diferença ainda mais radical, é que quem acredita numa explicação científica como a mais adequada o faz por ser esta a melhor explicação de fenômenos observados OBJETIVAMENTE! É completamente diferente de acreditar nos feitos de uma divindade pessoal para a qual não existe nenhum tipo de evidência concebível exceto as de ordem SUBJETIVA, para as quais, inclusive, costuma haver inúmeras explicações melhores, porém menos atraentes.
Quem acredita numa teoria científica o faz apenas porque já viu diversas demonstrações da capacidade das teorias em prever fenômenos e explicar a realidade de modo convincente, achando então, no caso, que a Teoria da Evolução faz o mesmo, ou a Teoria do Big Bang.
Quem acredita em alguma crença religiosa, o faz porque sente-se confortável, ou adaptado pessoalmente àquela crença, em geral por questões de caráter emocional e social, mesmo que tal crença não seja minimamente verificável em nível algum, como o é a própria existência de Deus.
Mas claro que podemos sair dessa polaridade e insistir na questão filosófica, despindo uma crença "criacionista" de suas características mais tradicionais, bem como adicionando ceticismo à pretensões científicas. Nesse sentido, a questão que você coloca é bastante interessante. Tudo parece mesmo poder ser resumido à pessoalidade ou não de uma força criadora.
Isso me leva a reconsiderar uma proposta que sempre tive, de que talvez a discussão entre existir ou não Deus não faça sentido, mas sim sobre quais seriam as características dessa Divindade, em especial com relação à sua pessoalidade, e num sentido mais pleno, com a Intencionalidade do Universo.
Pena que parece ser impossível discutir isso com seriedade fora de um restrito âmbito filosófico, já difícil até mesmo dentro das comunidades filosóficas acadêmicas. Pois sempre aparece alguém dando saltos conceituais colossais para empurrar o Deus bíblico.
Fora isso, só nos restaria falar de um tema que está no meu outro site, o AGNOSTICISMO.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
23 de Julho de 2011
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Mensagem Número 309
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Nome: Paulo Luiz Mendonça
pauloluiz41hotmail.com
Nascimento: 1937
Ocupações: Protético dentário aposentado
Naturalidade: Brasileira
Localidade: São Paulo
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre o Dilúvio: Local
Posição sobre a Natureza: Dualista Espírito / Matéria
Posição sobre Deus: Agnóstico
Religião: Católico
Comentários:
Porque os humanos são tão desiguais.
Sei perfeitamente porque isso acontece, somos diferentes porque somos frutos da fusão dos genes dos nossos pais. Sendo assim nós somos o resultado desta união, tudo bem, ninguém contesta este procedimento da natureza. Por isso somos diferentes tanto fisicamente como intelectualmente até ai nenhum problema. Sendo assim os mais prendados fisicamente e intelectualmente, leva uma tremenda vantagem sobre os não tão prendados, esta é a realidade da raça humana. Esta realidade é que leva os humanos a terem classes sociais diferentes onde os mais inteligentes sobrepujam e dominam os menos inteligentes. Este fato pode ser justo ou injusto, depende de como encaramos as coisas. Se nós somos frutos do evolucionismo, as coisas estão perfeitamente justas não há o que questionar, por outro lado se acreditarmos no criacionismo e não no evolucionismo as coisas tomam outro rumo abrindo espaço para questionamento.
Segundo a teoria do evolucionismo criacionismo, Deus, foi o criador de todas as coisas, também criador de nós seres humanos. Sendo assim esta diferença entre nós é uma tremenda injustiça, porque, se Deus e o pai de todos, temos que entender que o bom pai quer o melhor para seus filhos, sendo assim ele deveria dar a todos seus descendentes os mesmos predicados e não dar a uns físicos e intelecto aprimorado e a outros um fraco intelecto e nenhum predicado físico. O criador deveria privilegiar a todos com igualdade. Porque os seres com físico e intelecto privilegiado levam grande vantagem sobre os outros, isso para mim não reflete um ato de justiça.
Sei que os adeptos do criacionismo têm sempre as respostas na ponta da língua, dizem eles que Deus tem um projeto para cada um, isso e fácil dizer para quem foi projetado com regalias e uma vida privilegiada, mas nós temos que pensar nas pessoas que sofrem não só aqui no nosso país, mas em todo o mundo. Todos já viram fotos de coisas belas, de paisagens maravilhosas que há sobre a terra onde a televisão mostra e pergunta vocês acreditam em milagres, isso tudo é tática da mídia para reforçar a crença no criacionismo. A mídia não mostra os sofrimentos que há em nosso planeta, vocês já viram na áfrica mães magras e sofridas dando de mama com seus seios na mais pura pelanca uma verdadeira muxiba causada pela fome e desnutrição, aquelas crianças nos braços faz mães morrendo de fome, onde as moscas passeiam sobre seus olhos abertos, onde vemos seus ossos aparecendo quase saindo da pele de tanta magreza. Qual o projeto que Deus tem para estas criaturas sofridas, porque a mídia não mostra estas cenas de horrores e pergunta vocês acreditam em milagres. Estou citando apenas um caso entre milhões deles em todo o planeta.
E muito fácil acreditar em Deus para quem esta tendo uma vida sem problemas graves, mas para aqueles que vivem em regiões áridas que vêem suas plantações esturricarem sob o sol ardente sem uma gota de água da chuva, qual é o projeto de Deus para estes sofredores que serão dizimados pela fome implacável.
Não tenho a intenção com minha crônica de mudar a crença de ninguém quero apenas induzir as pessoas a pelo menos questionar as coisas sem coerência pregadas pelas religiões. Acreditar com uma fé cega e no mínimo falta de personalidade própria para questionar os pontos obscuros, temos que ter no mínimo um pouco de visão e um mínimo de inteligência para questionar as dúvidas as quais nos despertam e nos mostram incoerências nas explicações religiosas.
O erro esta em crer sem questionar, crer apenas porque fomos moldados quando crianças a acreditar e nunca duvidar, mas quando nos tornamos adultos temos que ter nossa própria visão e não continuarmos a seguir o que nos foi ensinado quando crianças, o porquê disso, se nossos pais estivessem errados segui-los seria dar prosseguimento a um erro. Devemos direcionar nosso próprio destino em busca de uma verdade sem contestação, devemos fazer isso porque somos seres pensantes, não podemos agir por instintos e nem deixarmos que terceiros nos dirijam pela vida afora, temos que agir seguindo nossa inteligência, questionar os pontos polêmicos é o mínimo que devemos fazer. Quem nunca questionou seus pais terrenos? Todos nós fazemos isso, nossos país sempre estão abertos para todo e qualquer questionamento, Deus também se realmente existir ele deve estar sempre abertos a qualquer questionamento não e preciso temê-lo se ele é bom e justo nós temos toda liberdade para inquiri-lo sobre as falhas que há em nosso planeta.
Paulo Luiz Mendonça.
Sábado, 21 de Maio de 2011
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Caro Paulo...
Em primeiro lugar, me desculpe a demora em respondê-lo. Na verdade, por pouco não o faço, visto que você apenas colocou algumas observações sensatas partindo de seu próprio ponto de vista. Mas você mesmo diz que é desejável questionar os pontos polêmicos, e apesar de eu concordar com a maior parte de sua posição, também devo então questionar o que há de problemático em sua forma de pensar.
Logo em seu primeiro grande parágrafo, há uma colocação equivocada, que é passar da idéia de que as diferentes aptidões físicas e mentais sejam suficientes para explicar a desigualdade entre os seres, em especial do ponto de vista social. Seria, de fato, muito impróprio questionar, por analogia, uma corrida automobilística onde todos os competidores tivessem carros com as mesmas características, condições igualitárias de largada e tivessem recebido treinamentos equivalentes. Assim, quem quer que se destacasse, mereceria ser considerado de fato um melhor piloto.
Mas é claro que não é essa a nossa situação. Desde seus primórdios, a realidade social está mais para uma corrida onde os pilotos receberam treinamentos completamente diferentes, muitos não recebendo treinamento algum, tendo situações de largada completamente diferentes e com veículos que variam de SSC Aero3 ou Bugattis Veyron a Fuscas ou FIATs 147, ou mesmo bicicletas e até mesmo a pé.
Ou seja, mesmo levando em conta o ponto de vista evolutivo, as diferenças genéticas sozinhas não podem explicar a desigualdade humana porque isso exigiria que tivéssemos um ponto de partida inicial igualitário. Não é o caso, e mesmo que fosse, só explicaria tal desigualdade na geração desse ponto de partida inicial, sendo imediatamente afetada na geração seguinte, pelo fato dos descendentes dos mais "prendados" receberem vantagens sobre os demais, capazes de compensar, superar e mesmo reverter as aptidões naturais. Acumule isso em centenas de milhares de anos, e fica absolutamente insustentável defender que em qualquer momento histórico, as vantagens de parte da sociedade sejam explicáveis apenas por suas capacidades intrínsecas, embora seja claro que estas também influenciam.
E, talvez o mais importante, ISSO NADA TEM A VER COM JUSTIÇA!!! Confundir o fato das coisas serem de tal forma, com o fato de tal forma ser Justa, do ponto de vista ético, é aquilo que vem sendo denunciado a séculos como uma dos mais comuns erros de raciocínio a respeito de Ética ou Justiça, tendo recebido no século XX o confuso nome de FALÁCIA NATURALISTA, ainda que o primeiro a denunciá-la tenha sido Hume, ainda no século XVIII.
Quanto ao restante de sua mensagem, prefiro não me alongar, mesmo porque acaba por fugir ao escopo deste site. Só advirto para tomar cuidado com uma possível confusão entre cristianismo e criacionismo, pois se o último pressupõe o primeiro, o reverso não acontece.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
20 de Julho de 2011
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Mensagem Número 308
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Nome: Rafael Augusto Borges Pavani
rafaabpavanihotmail.com
296,
241,
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183,
138,
127,
125,
124,
114,
105,
95,
92,
84,
77,
70,
66,
59,
53,
48,
47,
38,
29,
26,
18,
14,
11,
6,
4
Nascimento: 1983
Ocupações: Médico
Naturalidade: São José do Rio Preto - SP
Localidade: São José do Rio Preto - SP
Posição sobre o tema: Criacionista de Terra Jovem
Posição sobre o Dilúvio: Global
Posição sobre a Natureza: Espiritualista
Posição sobre Deus: Monoteísta
Religião: Cristão Protestante
Comentários:
Olá Marcus.
Vou aproveitar as férias para tecer uns comentários sobre o
texto inicial da sua página. (Aliás, o link para o texto
A Evolução do Criacionismo não está funcionando).
1. Planejamento na Natureza. Aqui, você misturou aspectos geológicos com a vida. Para o primeiro, devemos considerar as catástrofes que ocorreram, e mesmo que tudo tivesse sido planejado inicialmente, o aspecto atual é um resquício. Para a vida, tenho uma visão oposta à sua. A complexidade de tudo o que é vivo, as limitações observadas na diferenciação dos seres vivos, a dificuldade para se obter vida em laboratório, são entraves importantes para a ancestralidade comum. Porém, a evolução de tudo pode ser teorizada, mesmo que não possa ser provada, e os evolucionistas consideram, assim, que a Evolução foi possível (no final das contas, isso é verdade, ou não estaríamos aqui discutindo sobre nossos ancestrais).
2. Defeitos de Projeto? É muito comum considerar que os seres vivos têm deficiências intrínsecas, e que poderiam ter sido planejados de forma melhor. Porém, ao menos no corpo humano, o todo é em princípio muito eficiente. Gosto do exemplo de pessoas de mais de 90 anos que nunca ficaram doentes, não usam óculos, andam sem dificuldade, e planejam o futuro. Eu discuti alguns aspectos desse assunto no fórum Clube Cético, nesse tópico:, e como demoro pra responder, a continuação está algumas páginas depois. Alguns questionamentos foram semelhantes aos seus, sobre o Planejador. Não vou continuar aquele debate, pois fui expulso do fórum.
3. Item defeituoso = Planejador imperfeito? Como você mesmo observou, um objeto planejado perfeitamente, pode adquirir defeitos. E aí caímos no próximo item.
4. A imperfeição surgiu. Não importa de que maneira, mas podemos fazer suposições de que a vida se degradou e está se degradando, em vista também de tantas novas doenças sendo descobertas, especialmente as de fundo genético, demonstrando a degradação progressiva do material genético, favorecida no ser humano pelo menor peso da seleção natural. E poderia Deus ser o planejador?
a. Onisciência x Livre Arbítrio: eu estou livre para fazer o que quiser, mas Deus já sabe, desde muito antes, o que eu iria fazer. Isso não tira minha responsabilidade, pois tenho noção de minhas escolhas.
b. Justiça Divina x Inferno Perpétuo. Pela interpretação Adventista, e que considero, o Inferno não durará para sempre, e aqueles que não forem viver com Deus terão um fim definitivo, e não sofrimento eterno. Ap 20:14,15.
c. Existência do Mal x Onipotência. Auto explicativo. E Deus explicou. Is 45.7. Tem outra passagem no Pentateuco, quando Moisés diz algo semelhante, mas não lembro onde. Agora, o Homem conhece o bem e o mal, mas parece que não a responsabilidade.
Tentei ser sucinto, e sei que caímos nas mesmas discussões de sempre. Mas para outros que o acompanham, vai ser interessante ter outra visão. Muito do que escrevi já estava no debate.
Sabe que teve uma vantagem em ser expulso do fórum Clube Cético (apesar de injustamente, eu acho). Eu preciso estudar muito, e fazer uns trabalhos, e caso tivesse de continuar os debates, ficaria defasado nas minhas obrigações.
O meu primeiro texto para você vai completar 7 anos depois de amanhã! Muito obrigado por mantê-los no ar. Somados eles e minhas mensagens, devo estar te dando um gasto danado... (em muitos sentidos).
Até mais.
Rafael Pavani.
Terça, 5 de Abril de 2011
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Olá Rafael...
É sempre uma honra ter você de volta. Obrigado por atentar para o problema do link.
Vamos lá.
1.
Não foi uma mistura, apena usei o exemplo "geológico" como analogia. O fato da vida ser muito mais complexa não muda a questão de que ela ser planejada ou não, são hipóteses divergentes para efeito teórico. Uma falseável, a outra não.
2.
Irrelevante diante dos inúmeros outros exemplos de ineficiência. Mesmo num ótimo exemplar humano há diversos problemas que poderiam ser solucionados por modificações simples em sua infra estrutura. Para quê pelos no rosto? Por que uma deficiência de movimento no dedo anelar? Por que uma coluna vertebral cuja postura mais adequada é exatamente a mais incômoda? Por que os dentes não são sempre repostos? O fato puro e simples é que os organismos poderiam ser muito melhores.
3.
Onde eu disse isso?! Algo perfeito poderia ser corrompido por um agente externo? Ou tal perfeição não deveria torná-lo imune à corrupção? E não estamos falando apenas de um organismo perfeito, mas da idéia de que todo o universo, em termos teológicos, teria que sê-lo.
4.
Mas baseado em que afirmar isso? A imperfeição pode muito bem sempre ter existido! E a julgar pelas evidências deste universo, esse parece ser o caso. A perfeição continua parecendo apenas um sonho que nega a infinitude de graus de qualidade. É claro que ainda poderia ser um Universo planejado, inclusive por um deus imperfeito, ou mesmo um deus perfeito que o criou deliberadamente imperfeito.
a.
Ora. Não comece com isso. Você sabe que sou experiente nesse assunto e que essa resposta fácil não me convence. Apenas apresentei a formulação clássica do problema, mas lembre-se que essa solução desaba quando acrescentamos a Onipotência.
b.
Um problema a menos. Pena que você logo acima colocou outro, que é exatamente Perfeição X Imperfeição, bem como Eternidade X Temporalidade.
c.
Mesma situação que o item a. Basta lembrar que Deus é, ou deveria ser, o Bem Supremo e "Perfeito", e tudo cai por terra.
Surpreende que você tenha se demorado no Clube Cético. Eu, que não sou crente, não aguentaria tanto. Acho lamentável essa confusão entre Ceticismo e "Materialismo / Ateísmo Militante".
E agora, a bomba. Juro que pensei já ter publicado parte de Minha Resposta Final à sua imensa Quinta Parte do Diálogo! Eu comecei a escrevê-la em 2008, e nunca a finalizei. Mas pensei sinceramente que já a tivesse publicado! Ainda que sem divulgação.
Bem. De qualquer modo está AQUI, incompleta, mas já bastante extensa, e não acho que eu vá terminá-la. Não vejo proveito nisso e penso que o começo da mensagem explica por quê.
O gasto financeiro para manter tudo isso no ar é irrelevante. Mas o gasto de tempo para finalizar essa resposta parece mesmo inviável.
Obrigado por aparecer.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
6 de Maio de 2011
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Mensagem Número 307
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Nome: Marc Kellyson 305
djmarc_rooohotmail.com
Nascimento: 1996
Ocupações: Estudante
Naturalidade: Rondonópolis-MT
Localidade: Rondonópolis-MT
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre o Dilúvio: Local
Sobre a Natureza: Monista Materialista
Sobre Deus: Agnóstico
Comentários:
Olá, Marcus Valério. Vou te passar um "argumento" de um teologo praticante da bíblia que queria muito que você refutasse: Essa é um argumento de um ateísta que queria refutar todinha a bíblia, que infeslimente, não conseguiu:
"No primeiro dia Deus cria a luz e a separa da escuridão, o dia da noite, mas ele ainda não criou os objetos que produzem luz (o sol e as estrelas) até o quarto dia [1:14-19]”...
Agora vem a resposta do teologo Lucas banzoli:
"É VERDADE QUE O SOL SÓ FOI CRIADO NO QUARTO DIA, MAS O AUTOR DO TEXTO ACIMA SE ESQUECE QUE O SOL NÃO É A ÚNICA FONTE DE LUZ DO UNIVERSO.ADEMAIS, TAMBÉM É BEM POSSÍVEL QUE ELE JÁ FOSSE EXISTENTE DESDE O PRIMEIRO DIA, TENDO APARECIDO VISIVELMENTE APENAS COM A DISSIPAÇÃO DA NEBLINA NO QUARTO DIA. NÓS VEMOS LUZ NUM DIA NUBLADO, MESMO QUANDO NÃO NOS É POSSÍVEL VER O SOL. NO PRIMEIRO DIA DA CRIAÇÃO, DEUS FEZ A LUZ. NO QUARTO DIA, ELE CRIOU UM ASTRO QUE EMANA ESSA LUZ, POIS A CONTÉM. ORA, A LUZ NÃO VEM SOMENTE DO SOL, MAS É UM COMPONENTE DESTE ENQUANTO ASTRO LUMINOSO.
SENDO QUE É BEM SABIDO QUE É NECESSÁRIO QUE OS COMPONENTES EXISTEM ANTES DO SER COMPOSTO, É UMA CONCLUSÃO ÓBVIA QUE A LUZ DEVIA EXISTIR ANTES DO SOL, EXATAMENTE COMO NOS MOSTRA A BÍBLIA! ASSIM VEMOS QUE NO PRIMEIRO DIA DEUS CRIOU A LUZ ENQUANTO SER. A PRÓPRIA CIÊNCIA CORROBORA COM OS FATOS, POIS ATRIBUI AO “BIG-BANG” UMA “EXPLOSÃO DE LUZ”. ORA, O “BIG-BANG” FOI EXATAMENTE O PONTO INICIAL DO UNIVERSO. NÃO EXISTIA TEMPO OU ESPAÇO ANTES DO BIG-BANG.
SENDO QUE FOI A PARTIR DO BIG-BANG QUE HOUVE UMA “EXPLOSÃO DE LUZ”, CONCLUI-SE OBJETIVAMENTE QUE A LUZ FOI CRIADA NO PRIMEIRO DIA. ASSIM VEMOS QUE EM TUDO A CIÊNCIA CONCORDA COM A BÍBLIA: A LUZ FOI CRIADA NO PRIMEIRO DIA, A PARTIR DA EXPLOSÃO DO BIG-BANG (INÍCIO DE TEMPO E ESPAÇO), E O SOL DEVERIA SER, PORTANTO, CRIADO ALGUM TEMPO DEPOIS DISSO (NO CASO, NO QUARTO DIA). PORTANTO, A CIÊNCIA CONCORDA COM A BÍBLIA, QUE MAIS UMA VEZ É APOIADA PELOS FATOS CIENTÍFICOS COMO NENHUM OUTRO LIVRO ANTIGO (OU ATUAL) JÁ CONSEGUIU SER!"...
Sabe a refutação? E é melhor dialogar com ele sobre outra coisa, que é Homossexualismo. Tchau!
Segunda, 28 de Março de 2011
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Prezado Marc...
Você citou uma questão do site
A Bíblia do Cético COMENTADA, no entanto, não deu o devido crédito ao autor nem citou o link, como peço na
Regra 10. Peço que isso não se repita, por favor.
Bem. Eu nem sei se faz sentido uma refutação da Bíblia porque refutações se aplicam a argumentos, e a Bíblia não tem exatamente argumentos. Não se refuta poemas, profecias ou narrativas. O máximo que se pode fazer é apontar erros na construção do texto.
Podemos, no entanto, refutar argumentos sobre a Bíblia, como o dessa explanação apologética citada por você. Mas tenho dúvidas que esta mereça o nome de argumento.
Primeiro por partir de uma premissa arbitrária sem a menor cerimônia. Quais são as fontes de luz do universo? Essa resposta não se preocupou em argumentar sobre isso, simplesmente empurrando a afirmação. Mas as únicas fontes de luz espacial que conhecemos, ao menos com potência suficiente para iluminar outros astros, são sim as estrelas, que pela Bíblia, também teriam sido criadas no quarto dia! Já a tentativa de dizer que o Sol poderia estar encoberto e só "aparecer" no quarto dia é anti-bíblica, porque nega o que está sendo claramente dito no texto, que o Sol foi FEITO ('asah) no quarto dia. Por que essa licença para reinterpretar essa parte do texto e não outras?
Para piorar, o texto depois se contradiz ao afirmar, mais ao final, que após o Big-Bang, o sol teria sido, enfim, "criado" no quarto dia, escandalosamente fazendo vista grossa para o fato de que nenhuma interpretação concebível da Teoria do Big-Bang permitiria afirmar que nosso Sol tenha surgido menos de 8 ou 9 bilhões de anos após o surgimento do universo.
Mas, num sentido teológico, a questão da luz em si é defensável, uma vez que pode-se distinguir a Luz
'owr do versículo 3 das Luzes
ma'owr dos versículos 14 a 16, mas subentende-se uma luz num outro sentido que não o gerado por um astro em especial. Essa luz só poderia ser considerada num sentido simbólico, algo mais do que a luz física, talvez uma alegoria para a presença divina.
NUM SENTIDO FÍSICO, é absurdo afirmar que a luz em si exista antes dos compostos que a produzem! O Sol, como qualquer estrela, NÃO É COMPOSTO DE LUZ! Pois luz não é um elemento natural! As estrelas são compostas de átomos de elementos simples que devido a enorme pressão e gravidade, entram em processo de fusão nuclear, dos quais um dos resultados é a luz, além do calor e diversas outras formas de radiação. Também não sei em que se baseia a afirmação de que a "ciência" atribui ao big-bang uma "explosão de luz"!
Segundo, note que o texto dá mais importância a louvar a Bíblia do que efetivamente argumentar em seu favor, passando de pseudo argumentos para "conclusões" do tipo
"PORTANTO, A CIÊNCIA CONCORDA COM A BÍBLIA,", num sinal típico de discurso inseguro, que tenta disfarçar a fraqueza argumentativa com uma pose de certeza, como se tivesse chegado a conclusões claras e precisas. Se você se impressionou com isso então é melhor partir para o bê-a-bá da argumentação. Pode começar com minha apostila de lógica Silogismo e Falácias Formais.
A única dificuldade que alguém poderia ter em refutar a argumentação deste autor é que são tantas falhas que fica até trabalhoso distingui-las, e de fato, nem sequer comentei todas.
Concordo que não se pode "refutar" a Gênese com esse tipo de alegação, como eu disse em RESPEITO À GÊNESE. Mas pior que atacar um texto místico como a gênese com argumentos de ordem científica, é tentar defendê-la com argumentos da mesma ordem.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
1 de Maio de 2011
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Mensagem Número 306
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Nome: Hiavo Moreira
hiavohotmail.com
Nascimento: 1989
Ocupações: Universidade, música, esporte...
Naturalidade: Itatiba - SP
Localidade: Itatiba - SP
Posição sobre o tema: Criacionista de Terra Jovem
Posição sobre o Dilúvio: Local
Sobre a Natureza: Dualista Espírito & Matéria
Sobre Deus: Monoteísta
Religião: Cátolico Apostolico Romano
Comentários:
Olá Marcus Valério!
Sou Cristão Católico Romano e estava estudando sobre Teologia cristã e Evolucionismo, queria na verdade defender o cristianismo de maneira justa perante o evolucionismo.
Bem, depois de muita imformão reunida, sites visitos, livros estudados sobre o assunto notei que não conseguiria fazer isso usando a ciência como comprovação das teses que juntei. Não conseguiria fazer uma uma ideologia ser soberana a outra. Notei que haviam "espaços vazios" em ambos os assuntos (criacionismo e evolucionismo).
Estava querendo fortalecer o criacionismo porém conforme fui estudando percebi que estava fortalecendo também o evolucionismo.
Seu site me ajudou muito a esclarecer diversas dúvidas sobre o tema, e como notei que você também adquiriu muita informação sobre o assunto, gostaria de saber qual a possibilidade desses 2 modelos serem reais?
Sou Católico, porém não faço uma leitura fundamentalista da bíblia, tenho a "mente bem aberta" em relação a religião e qualquer outro tema, sendo assim, acredito que a evolução e o criacionismo acontecem, mas que poderia haver um equilíbrio entre as duas.
Acredito que o evolucionismo ocorre, mas que por trás dele há um Deus que iniciou tudo isso e que em todos os estágio da criação de tudo, esteve presente.
O que acha?
Espero não tê-lo ofendido.
Abraço.
Sexta, 25 de Março de 2011
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Prezado Hiavo...
Não há qualquer possibilidade de me ofender com uma mensagem sensata e interessante como essa. Não obstante, a resposta para sua questão não é fácil.
Desde que comecei a estudar seriamente este tema, há mais de 10 anos, também notei o fortalecimento não apenas do Evolucionismo, no sentido científico e filosófico, mas também do Criacionismo no sentido filosófico e teológico, embora não no científico. Mas sendo minha preocupação principalmente filosófica, devo admitir que o Criacionismo em geral tem sim muita coisa a dizer, não como opção de pesquisa científica, mas como crítica de modelos teóricos e sobretudo de questões primordiais sobre a concepção do universo. Nem tanto pelo que de fato apresenta, mas pelo que pode apontar.
Há questões não respondidas que precisam ser levantadas quando tratamos com os limites do pensamento humano, e o criacionismo pode fazer isso. Infelizmente, quando o faz costuma muito antes apresentar dogmas prontos e inadmissíveis do que verdadeiramente criticar imprudentes certezas metafísicas.
Digo isso porque há muito tempo tenho percebido um falso dilema a respeito da questão, que só me veio mesmo à tona após uma compreensão melhor da obra de David
Hume, em especial Os Diálogos Sobre a Religião Natural que analiso em minha monografia KOSMOS e TELOS.
É que frequentemente, aliás, quase sempre, vemos uma dicotomia onde se pensa que o fracasso de um modelo é o sucesso do outro. Como se cada falha na concepção evolucionista comprovasse o modelo criacionista, existência do jeová bíblico incluso, ou se o desmascaramento do criacionismo fosse uma confirmação do evolucionismo.
É extremamente raro, se é que existe, uma postura pura e simplesmente cética, como a que já apresentava Hume um século antes de Darwin. Sua poderosa contestação do argumento do desígnio, antecipando em muito a Paley, e mostrando toda a fraqueza de concepções das quais o criacionismo é parte, não significavam a adoção imedita de uma nova cosmogênese ou biogênese específicas. Apenas mostrava que não havia motivos para se ter certeza de tais concepções.
Hoje, parece impossível que alguém, ao se deparar com a inadequação do criacionismo, simplesmente declare agnosticismo sobre as questões gênicas. Quem recusa o criacionismo hoje parece se sentir obrigado a admitir o evolucionismo e todas as demais posturas científicas correlatas. Parece ter se perdido a noção de o universo ainda é um mistério, que apenas parece estar sendo desvendado, mas que nada nos garante que revelará seus mistérios.
Por esse, e outros motivos, me parece impossível dar uma resposta correta à questão da possibilidade de realidade desses dois "modelos". Em parte porque não há modelo criacionista, há uma concepção mitológica praticamente amorfa de idéias, que não tem proposta alguma sobre processos de criação ou modos de desenvolvimento da vida, exceto aqueles diretamente extraídos da ciência, ou seja, do evolucionismo. Há um modelo evolucionista, mas um modelo não pode ser "real", mas sim no máximo descrever algo que se adeque à realidade.
Porém, até isso é problemático, por que a detecção da realidade continua sendo um problema filosófico muito sério. Instrumentalmente, não há como negar a perfeita adequação do evolucionismo, bem como do naturalismo e materialismo. Mas nada disso nos garante um acesso direto e autêntico a realidade.
Talvez, lendo o início da Terceira Parte da estÉTICA DOURADA você entenda melhor do que estou falando.
Sua questão não é de teor científico, é uma questão limítrofe, dizendo respeito a adequação epistemológica, talvez ontológica, de nossos conceitos. Mas para facilitar, só posso dizer que, mesmo não sendo possível quantificar, digo que do ponto de vista científico não vejo possibilidade alguma de uma abordagem criacionista apresentar qualquer resultado aproveitável, principalmente enquanto insistirem em apenas sugar do evolucionismo tudo o que tiver de útil, preenchendo lacunas inevitáveis com crenças religiosas. Assim, CIENTIFICAMENTE e PRAGMATICAMENTE, só temos a abordagem evolucionista para trabalhar.
Mas num sentido existencial mais profundo, eu sou muito menos pragmático. Penso que o Universo seja muito mais místico e caótico do que pensamos, ou de que gostemos. E que nossas convicções no sentido de atingir uma realidade objetiva possam ser pouco mais que um mero ensejo.
Espero que essa resposta tão filosófica também não o tenha ofendido.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
19 de Abril de 2011
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Mensagem Número 305
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Nome: Marc Kellyson
djmarc_rooohotmail.com
Nascimento: 1996
Ocupações: Estudante
Naturalidade: Rondonópolis-MT
Localidade: Rondonópolis-MT
Posição sobre o tema: Evolucionista
Posição sobre o Dilúvio: Local
Sobre a Natureza: Monista Materialista
Sobre Deus: Agnóstico
Comentários:
Bom, quero agradecer muito no que você respondeu lá na mensagem da Brenda e colocou o meu nome. Não sei não mas fiquei muito feliz, Sabe porque? porque para mim voce é um tipo de pessoa famosa, por isso que fiquei bem feliz. Então você estuda mais Filosofia, né? Você tem msn? Quero aprender mais com você. Que Música você mais gosta? Eu sou Fã de Eminem e você?
Olá, Marcus Valério. Eu li as coisas lá de Regras que você recomenda obrigatoriamente. Queria pedir desculpa se da pergunta "Música" não está no caso deste site. Mas eu só quero que esta seja respondida só por uma única vez. Quanto a Brenda, eu disse que sou amigo dela no sentido de "amizade msn", entende? Segundo as Regras que você sugere, não entendo algumas mas, cada vez que leio mais, acabo entendendo. Agora uma pergunta(desculpe se não tiver neste site): Você poderia entrar no site TEOLOGIA ( Lucas Banzoli )? Queria que tu entrasse com objetivo de mostrar o quanto tu é inteligente para aquele teologo. Indo logo ao assunto: Quero que tenha um debate entre você e ele. Se fizesse isso por mim, ficaria bem honrado! Agradeço!
Quarta, 9 de Março de 2011
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Caro Marc...
Graças a incomum baixa atividade deste livro de visitas, decidi responder-lhe. Em meu site original seria um local melhor para discutir meu gosto musical. Lá há inclusive músicas de minha autoria.
Não sou uma pessoa famosa. Meu nome pode até ser relativamente conhecido entre os fãs de Ficção Cientifica e no debate Evoção X Criação, mas isso somente no âmbito da internet.
Visitei o site de Lucas Banzoli e me pareceu um teólogo esclarecido e equilibrado, embora eu não concorde com parte das posições dele. E, definitivamente, não tem cabimento eu "mostrar o quanto sou inteligente" a quem quer que seja. Com quase 40 anos, alguém que ainda não superou essa necessidade de auto afirmação precisa se cuidar. Se ele postar alguma mensagem em um de meus sites, podemos dialogar. Ou talvez caso eu me interesse por alguns dos temas desenvolvidos no site dele, posso também iniciar um diálogo. Mas se você tiver alguma sugestão sobre um tema específico, pode dizer.
Por fim, dialogo preferencialmente pelos sites sobre assuntos publicamente relevantes. Por e-mail se o assunto for mais pessoal, ou em grupos de discussão específicos, normalmente restritos. Não uso msn. Mas fique a vontade para discutir qualquer tema que venha ao caso nos sites. Sua mensagem no
XR.PRO sobre a Área 51 será respondida.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
24 de Março de 2011
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Mensagem Número 304
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Nome: Eudson Ferreira da Silva
Dinho.sheolgmail.com
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Nascimento: 1985
Ocupações: Estudante de História
Localidade: Natal-RN
Posição sobre o tema: Evolucionista
Sobre a Natureza: Dualista Espírito & Matéria
Sobre Deus: Deísta
Comentários:
Olá Marcus!
Obrigado por ter me respondido sobre a questão da “origem da informação”. Quanto a esse assunto, irei pesquisar mais. Pois acredito que seja de suma importância, no entanto, pesquisarei sempre consciente do que você disse. Como você éumintrépido pesquisador do assunto – sempre levarei em consideração o que você escreve.
E mais uma vez, venho com algumas perguntas e considerações. O Colin Paterson sempre é citado para contrapor a TE. Uma citação muito conhecida dele é esta:
“Uma das razões pela qual comecei a assumir uma posição anti-evolucionismo, ou chamemo-la posição não-evolucionista, foi que no ano passado tive uma percepção repentina de que por mais de 20 anos eu pensara que de algum modo estava trabalhando com a evolução. Certa manhã levantei-me e algo havia acontecido durante a noite que me deixou perplexo: eu havia trabalhado nesse assunto por 20 anos e não havia nada que soubesse dele. É um choque perceber que alguém possa estar tão enganado por tanto tempo[...] Nestas últimas semanas tenho tentado colocar uma simples questão para várias pessoas e grupos.
A pergunta é: Você pode me dizer alguma coisa que saiba sobre a evolução, qualquer coisa, qualquer coisa que seja verdadeira? Testei a pergunta no pessoal de geologia do Field Museu de História Natural e a única resposta que obtive foi o silencio. Testei com os membros do Seminário de Morfologia Evolutiva da Universidade de Chicago, uma organização muito prestigiosa dos evolucionistas, e tudo que obtive foi um longo tempo de silencio e, finalmente, alguém disse: “Eu só sei de uma coisa: ela não deveria ser ensinada nas escolas” [...] O nível de conhecimento a respeito da evolução é notavelmente raso. Sabemos que não deve ser ensinada na escola e isso é tudo que sabemos dela [...] Por isso acho que muitas pessoas nesta sala reconhecem que os últimos anos se tivéssemos pensando a respeito dela, teríamos uma mudança da evolução como conhecimento para a evolução como fé. Sei que isso é verdade a meu respeito e creio que também é para muitas pessoas boas como vocês aqui.”
Essa citação que os anti-evolucionistas sempre trazem a tona, está correta, ou eles a distorceram? Acho que vi em algum site, a informação de que ele não gostou nadinha dos criacionistas fazerem uso do que ele disse nessa palestra em 1981. Mas sinceramente, se ele disse realmente tudo isso –ele não pode reclamar. Sei que ele não foi criacionista e que ate onde pude notar, nenhum criacionista disse que ele se tornou um dos seus. Mas caramba, pressupondo que a citação está correta – será que ele não tinha uma boa episteme para dizer tudo isso Marcus?! Ele diz que absolutamente NINGUÉM do departamento de geologia do Field Museu de História Natural e do Seminário de Morfologia Evolutiva da Universidade de Chicago respondeu a sua pergunta! E que uma pessoa disse: “Eu só sei de uma coisa: ela não deveria ser ensinada nas escolas”! Queria algumas considerações suas sobre o tema.
Uma outra questão, que se não me engano, vi em um de teus textos é a afirmação de que alguns criacionistas que se dizem portadores das três letrinhas mágicas (Ph.D), na verdade compraram, forjaram, inventaram esse titulo. Você poderia citar alguns “doutores”criacionistas?
E por último, queria fazer uma consideração. Você diz quea afirmação de que o homem veio do macaco é “tipicamente errada”. Tudo bem. Entretanto, afirmo que alguns evolucionistas ajudam a propagar essa idéia. O recente documentário evolucionista “Como nos tornamos humanos”, na sua 1ª parte, começa assim:
“Humanos: sem duvida, o animal mais inteligente da terra.Ainda assim, estamos claramente ligados às nossas origens nos macacos. Há milhões de anos erámos macacos vivendo na África. Então, como chegamos disso [aí o vídeo mostra um macaco numa árvore] a isso [e agora mostra um bebe no colo de sua mãe]. O que aconteceu? O que nos colocou no caminho da humanidade?”
Existem outros exemplos, mais esse por ser um dos mais recentes, já basta. Estou ciente do que você escreveu no texto
O Homem Evoluiu do Macaco?, que “...essa noção é tão forte e difundida no senso comum que a maioria dos evolucionistas já desistiu de combatê-la, apenas lidando com ela de modo a contorná-la ou reinterpretá-la.”
Mas esse documentário vai além. Também escreveste que
“90% do trabalho do defensor do Evolucionismo é desfazer as idéias equivocadas que os criacionistas, e o público em geral, tem da Evolução.” Diante do que esse documentário evolucionista fez, fica mais difícil ainda desfazer esses equívocos.
Fora isso, o documentário é muito bom.
Obrigado pela atenção.
Sucesso em sua carreira acadêmica!
Terça, 24 de Fevereiro de 2011
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Oi Eudson...
Em primeiro lugar, recomendo que leia
Patterson Misquoted - A Tale of Two 'Cites'
que conta em detalhes a citação de Colin Paterson, explicando exatamente onde como ela foi deliberadamente descontextualizada e distorcida.
Mas isso é pouco relevante, pois mesmo que ele tivesse sustentado de fato isso, não importa para questão. O estudo do evolucionismo exige antes de tudo entender o assunto, conhecer os conceitos e compreender o funcionanento da teoria. Não se faz isso lendo citações. Reunir milhares de citações contra ou a favor não muda a validade do assunto em si. Isso é só mais um dos péssimos hábitos dos criacionistas. Enquantos os centistas estão ocupando estudando e trabalhando em laboratórios, pesquisas de campo ou teorização. Os criacionistas, além de nada fazer sobre isso, ficam lendo livros e catando citações para usar em seu favor.
Já a questão dos Ph.Ds, seria muito mais fácil se você especificasse onde eu cito isso, para que eu saiba o contexto. O que posso dizer é que, assim como ocorre em qualquer área, muitos dos títulos dos criacionistas são discutíveis. Nem tanto por serem fraudados, mas por serem emitidos por instituições com baixo ou nenhum reconhecimento, ou se aplicarem em áreas irrelevantes para a questão.
Quanto ao meu texto O Homem Evoluiu do Macaco?, praticamente a primeira abordagem do tema é a distinção dos termos
ape e monkey, e a frase do documentário que você citou é, evidentemente ape. E como eu disse
"Dizer então que a Espécie Humana evoluiu de uma espécie de Ape, é algo até razoável. Impreciso, para dizer o mínimo, mas ao menos é defensável, dependendo do ponto de vista."
E o que você quis dizer com "boa episteme"?
Devo insistir num ponto se você pretende se aprofundar mais no assunto. Primeiro, estude evolução em fontes idôneas. A pior coisa que se pode fazer é estudar "evolução" em materiais criacionistas, porque eles, em geral, não tem a menor intenção em mostrá-la de um modo compreensível. O inverso também acontece, não dá pra entender criacionismo por meio de seus opositores, mas como o tema começa no evolucionismo, este deve ser então o primeiro objeto de estudo. Ou ao menos, sempre que você se deparar com qualquer argumento criacionista, imediatamente cheque também a refutação ou contra argumento de uma evolucionista.
Dúvidas mais pontuais podem ser solucionadas no TalkOrigins.org, que é de fato a maior referência mundial sobre o tema.
No mais, estou à disposição.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
11 de Março de 2011
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Mensagem Número 303
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Nome: Brenda Ramos
bre_bezerrahotmail.com
Nascimento: 1996
Ocupações: Estudante
Naturalidade: Belém - PA
Localidade: Campinas - SP
Posição sobre o tema: Criacionista de Terra Antiga
Sobre o Dilúvio: GLOBAL
Sobre a Natureza: Monista Espiritualista
Sobre Deus: Monoteísta
Religião: Católica
Comentários:
eeii Marcus, tudo bem contigo??
peço que me desculpe se eu abreviar coisas, ou entao usar girias mas é que eu estou com um pouco de pressa! descobri seu site fazendo uma pesquisa de geografia sobre as 2 teorias: criacionismo e evolucionismo! e descobri tbm que,infelizmente, vc nao considera teoria o Criacionismo, como ja vi em alguns de seus textos, inclusive do debate com o pastor Marcelo, que afinal me deixou muuuuito intrigada mais depois falamos disso! =)
gostaria que nao deixasse de responder a minha mensagem, visto que tenho apenas 14 anos!
primeiramente, gostaria de informar basicamente que nao possuo bagagem de conhecimento pra responder as suas perguntas, posso ate tentar se vc quiser mais provavelmente vc vai me criticar igual fez com o pastor Marcelo, comentando cada ponto do email dele! depois, gostaria de dizer que adoraria debater alguns pontos com vc, é claro se vc quiser! afinal, nao concordei muito com a sua forma de pensar mais diferenças existem, quer vc queria, quer não e temos que aprender a lidar com elas!
será que vc poderia me responder pq tanta aversao assim em aceitar o criacionismo hein? e outra, ja que vc eh evolucionista, gostaria de te fazer uma pergunta(pode me xingar se quiser): se todos nos viemos de um ascendente comum, pq nao se encontra fosseis das especies intermediarias? digo, se os peixes viraram repteis, e enfim(acho que ta ficando sem nexo mais tudo bem) pq nao encontramos os fosseis deles? e outra, ja ouviu falar num peixe chamado celacanto? pois eh, a evolução pregava que esse peixe nao existia mais(que tava extinto) e que ele tinha pulmoes primitivos, se nao me engano. pois bem, ele ainda existe e sabe da maior, ele nao tem pulmoes primitivos, e o pior de tudo, nunca foi achado o fossil comprovando que ele evoluiu, enfim!
acredito que a evolução tem muitas falhas, o criacionismo pode ter tbm mais há uma diferença: no criacionismo se necessita de fé pq senao vc nao encontraria explicação plausivel pra acreditar que adao e eva tiveram que se reproduzir entre eles pra povoar todo esse planeta certo? pq ate onde eu saiba, eh impossivel fazer isso sem que os filhos nasçam com deficiencia!
me perdoe mas uma das coisas que eu acho mais ridiculamente estupidas eh o big bang! essa coisa eh muuito sem noção pq tipo, ocorreu uma explosao la e tal! aff, eh que nem aquelas teorias do oceano primitivo, da borda vulcanica, uma mais absurda que a outra! eh mais conveniente e logico, acreditar que um Ser Superior criou e projetou tudo! pronto, acabou, fim de papo! nao sei pq esse povo quer complicar mais uma coisa que é tao simples, na verdade a criação divina tem MUITO mais nexo do a evolução e devo discordar de um ponto que li num de seus textos! primeiro: quem disse que os criacionistas nao aceitam a evolução? e outra: eles aceitam a microevoluçao, nao a macroevoluçao que vcs pregam! eles aceitam sim, que as especies tiveram que se adaptar pro lugar que vivem. por exemplo, os europeus sao brancos, tem olhos claros e nariz fino. os olhos claros sao bons pra enxergar a noite, ja que la quase nao faz sol, eles não sao morenos iguais os brasileiros e o nariz fino eh pra ajudar na respiração pois ajuda a esquentar o ar! ja o africano, ele eh negao! a africa eh quente, entao ele nao pode ser branco igual o europeu, precisa ter a pele escura pra nao desenvolver cancer! entao, espero que reveja o seu conceito de que "os criacionistas nao acreditam em evolução!" Nos acreditamos, mais nao na macro, na micro ok? e por favor, nao pense que fui hostil la encima dizendo que a evolução complica tudo, é que foi mais um momento de raiva mesmo!!
espero que possamos dialogar e que eu, principalmente, possa adquirir algum conhecimento com vc ja que vc nao pode adquirir conhecimento comigo,visto que soh tenho 14 anos e como ja disse, nao tenho tanto conhecimento quanto vc mais gostaria apenas de entender a sua aversao ao Criacionismo!!
abraços Marcus(nao errei seu nome, hehe xD)
ps: vc pode perceber que o meu email eh bre_bezerra mais nao gosto do meu ultimo nome por isso coloquei apenas Brenda Ramos tudo bem? nao pense que eh um pseudonimo okss? ps2: desculpe se for muuito pessoal mais gostaria de saber se vc eh casado ou tem namorada e isso nao eh algum tipo de cantada ok?(kkkk) agora eh serio, bjuuusssss e abraços =)
Sábado, 19 de Fevereiro de 2011
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Olá Brenda...
Apesar de ter vários motivos para não fazê-lo, vide as Regras de Postagem (não achei que fosse o caso de pseudônimo), decidi responder sua mensagem porque transparece uma sinceridade e boa vontade emocionantes, temperada pela típica soberba da adolescência.
Antes de tudo, tenho 39 anos e sou casado pela segunda vez, tendo ao todo 3 filhos. Minha filha mais velha é da sua idade.
Dito isso, gostaria de saber: o que você quer dizer com eu ter "aversão" ao criacionismo?
Se eu tivesse, não teria um site inteiro tratando do mesmo, não é? Para mim o Criacionismo, e Evolucionismo, e sobretudo sua contenda, são objetos de estudo, sobre os quais faço uma abordagem fundamentalmente filosófica. Claro que não posso deixar de imprimir minha personalidade em meus textos, e criticar a postura do Criacionismo no seu sentido político, isto é, o comportamento dos criacionistas, mas deixo bem claro que
"...acredito que o Criacionismo seja uma visão de mundo perfeitamente válida, mas não "Cientificamente", e que em nada me incomoda que pessoas tenham suas crenças do modo como melhor lhes convier. O que estou disposto a combater é que pessoas tentem disfarçar suas crenças e convicções religiosas e subjetivas, com roupagens cientificistas e objetivas." E este, MEUS OBJETIVOS NESTE SITE, é um dos textos mais básicos do site, estando lá no comecinho da Página Principal. Porque você não o leu?
Na verdade, não há uma única de suas colocações que não seja exaustivamente discutida e argumentada em algum lugar, basta procurá-las nesta Página Principal ou no QUESTÕES MAIS FREQUENTES. Depois de lê-las, e se tiver alguns questionamentos mais específicos, aí sim poderemos discuti-los.
Com relação a questão da Teoria da Criação, visto que este é um tema que está um pouco mais defasado no site, apenas lhe pergunto onde está essa Teoria, pois nos meus 12 anos pesquisando o assunto, até agora não a vi, e para frisarmos bem a diferença entre um sistema de pensamento verdadeiramente teórico, num sentido científico, e outro não, faço só uma pergunta: porque na América do Sul e na África existem animais bastante similares como as onças e os guepardos, mas só aqui temos capivaras, e só lá temos elefantes?
Eu tenho certeza de que você será capaz de dar uma explicação, mas aposto que será uma explicação evolucionista. O que mostra que a única coisa de científico que o Criacionismo tem é a parte evolucionista.
Quanto a distinção micro e macroevolução, vou apelar mais uma vez para um distinto gráfico que já utilizei nas mensagens
113 e 251, que seria interessante você ler.
Considerando que você acredita num Dilúvio GLOBAL, deve admitir uma super microevolução nos últimos 3 mil anos, como então explica esta barreira que separa arbitrariamente a micro da macro?
Enfim, o que você realmente estudou sobre teoria do Big Bang? Você seria capaz de dar uma explicação básica sobre a mesma? Não vale "ocorreu uma explosão lá e tal". E em que sentido é mais "coerente" e "lógico" acreditar num mito de criação SOBRENATURAL para qual não existe nenhum tipo de evidência, e ninguém pode fazer a menor idéia de qual seria os processos envolvidos? Será que a "Teoria das Cegonhas" é mais coerente e lógica que a "Teoria Sexual" para explicar o surgimento de bebês?
Ah! Só para constar. Evolução Biológica é completamente independente de Big Bang, e eu pessoalmente não sou um defensor desse tipo de cosmogênese.
Bem. Não percamos mais tempo. Dê uma boa lida nos textos do site, e depois coloque suas questões à vontade. Tenha certeza que continuando com sua postura amigável e bem intencionada, certamente as responderei. E avise ao seu colega Marc Kellyson que posso até me considerar um teólogo prático, mas minha formação acadêmica é em filosofia.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
8 de Março de 2011
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Mensagem Número 302
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Nome: Claudinei Gomes
clauden_eyehotmail.com
Nascimento: 1988
Ocupações: Estudante
Naturalidade: Lagoa Vermelha - RS
Localidade: Passo Fundo - RS
Posição sobre o tema: Design Inteligente
Sobre o Dilúvio: Local
Sobre a Natureza:Dualista Espírito & Matéria
Sobre Deus: Deísta
Religião: Pastafarianismo
Comentários:
Olá, parabéns pelo seu site. Foi uma das melhores críticas ao livro "A caixa preta" que encontrei até agora. Realmente o senhor soube alfinetar as partes menos inspiradas no livro de forma brilhante!
Bom, como não quero tomar seu tempo vou ser breve. Por que, depois de quase 10 anos lendo (e sendo fã) de Richard Dawkins a leitura deste único livro conseguiu me levar ao tedeísmo?
Porque, se qualquer um ler a coleção do senhor Dawkins na minha estante, vai encontrar apenas a imaginação do autor supondo como foi a evolução. "Isto pode ter virado aquilo por causa de, suponhamos, tal acontecimento". Procurando em artigos e outros autores evolucionistas é a mesmo coisa: imaginação. Todo mês a Scientific American encontra um novo "elo perdido" para colocar na capa. O tão citado "registro fóssil" quase bate a bíblia em matéria de furos.
Se o senhor puder, gostaria que me dissesse de que forma um macaco com um rabo inoperante com, digamos, metade do tamanho original, teria vantagem sobre um que o tivesse inteiro e funcional. Por mais que tenhamos descido das árvores, uma cauda versátil seria algo que, até mesmo hoje, nos traria benefícios! Se ela funcionava (e tinha que funcionar), porque não melhorá-la ainda mais, adaptá-la ao novo modo de vida da raça "no chão" invés de ficar, por milhares e milhares de anos, com um toco que não servia para nada? Aliás, talvez servisse para atrapalhar. Se a estrutura já estava pronta e funcionava bem, por que não aproveitá-la e sim passar tanto tempo reduzindo-a e a atrofiando pouco a pouco?
O que me fez "trocar de lado" foi o simples fato de que o Senhor Dawkins conta histórias de como pode ter sido (ora, e como vamos provar que ele está errado sem viajar no tempo?), enquanto o Sr. Behe apenas mostra dados de pesquisa. Realmente, ele não acrescenta nada à ciência, apenas tenta avisar aos seus colegas "talvez estejamos procurando no lugar errado".
Entre a imaginação dos evolucionistas e os dados dos tedeístas, qual lhe parece melhor seguir?
O Senhor Behe não nos dá uma solução para o(s) planejador(es) porque ele não tem a menor idéia do que ou de quem seja. Seria demais esperar que ele colocasse no capítulo final de seu livro que os engenheiros genéticos residem na constelação de Andrômeda e nos criaram em tubos de ensaio, da mesma forma que criamos plantas geneticamente modificadas, para trabalharmos para eles em um passado remoto, e que órgãos vestigiais (como o apêndice) seriam apenas pequenos defeitos de projetos feitos com pressa ou sem a tecnologia necessária pra alcançar a perfeição total? Ele só poderia especular e aí iria cair na mesma área de especialização dos evolucionistas.
Desculpe pela forma imatura como trouxe meus argumentos, ainda sou um mero estudante de graduação. De forma alguma pretendi ofendê-lo, apenas tentei colocar meu ponto de vista.
Mais uma vez parabéns pelo seu trabalho.
Domingo, 13 de Fevereiro de 2011
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Caro Claudinei (genial o "clauden_eye")...
Ainda bem que se deu conta da forma "imatura" de seus pensamentos, e por isso mesmo decidi responder sua mensagem, visto que incorre diretamente em violação da Regra 6 de postagem,
Bem, sempre fui da opinião de que o Dawkins mais atrapalha do que ajuda, não é a toa que ele é o único evolucionista citado e até "recomendado" pelos criacionistas. Se sua principal referência evolucionista é o Dawkins, recomendo urgentemente procurar outros autores.
Além disso, lamento que você pareça ter caído na armadilha DÍsta, porque se você realmente tem uma orientação evolucionista mas teísta, deveria investir exatamente nisso, Evolucionismo Teísta. O Design Inteligente só vai manipular você incansavelmente até que se converta numa igreja cristã e seja, no fundo, um criacionista.
Uma certa falta de imaginação pode ser fatal para esse caso. E sim, imaginação é importante para o conhecimento. No caso da questão da cauda, por exemplo, você realmente pensou sobre o assunto?
A cauda é inegavelmente indispensável para os "macacos-aranha" por exemplo, sendo um totalmente funcional e eficiente quinto membro. Na maior parte dos outros símios e animais em geral, tem como maior função produzir equilíbrio. No caso da tendência ao bipedismo, ajudaria a equilibrar corpos cujo tórax se inclina para frente. Só que é exatamente isso que o andar ereto dispensa! Além do mais, você já observou aqueles miquinhos com caudas enormes serem perseguidos no solo por cães? Adivinhe por onde eles são sempre pegos?
Uma vez fora das árvores, a cauda se torna mais uma desvantagem do que uma vantagem, aumentando enormemente a vulnerabilidade a predadores, além de ser um prolongamento da coluna vertebral sujeito a toda sorte de danos que podem ter consequências fatais, podendo infeccionar, causar dor, hemorragias etc, além de consumir energia para "funções" provavelmente irrelevantes!
Assim, não é difícil imaginar que os grande hominídeos, para os quais manter-se nas árvores está longe de ser tão vantajoso quanto para os pequenos macacos, que são muitíssimo mais ágeis e rápidos, tivessem caudas de pouca ou nenhuma utilidade, e os primeiros que as perderam apenas se livraram de um peso e vulnerabilidade.
Dito isso, espero que ao menos leia Evoluímos do Macaco?, O Ovo ou A Galinha?, Fósseis Transicionais e Ancestralidade Comum e O "Elo Perdido" foi Encontrado? para evitar que a má compreensão que você já tem sobre evolução piore ainda mais, o que é exatamente o principal instrumento do criacionismo.
Por fim, sua extrapolação desmedida do que seria uma abordagem hipotético dedutiva para o planejador inteligente mostra que precisa se instruir sobre método científico. A ciência trabalha com teste de hipóteses e teorias, sem as quais não há qualquer forma de progresso no conhecimento. Portanto os DÍstas não precisariam fazer conjecturas bizarras para hipotetizar um planejador, bastariam perguntas simples. Uma vez detectando uma estrutura que foi supostamente planejada, é óbvio que a hipótese automática era que o planejador tinha uma certa função em mente, daí, seria uma decorrência espontânea no método hipotético dedutivo que passássemos a testar estruturas similares em busca da mesma função, o que poderia sugerir uma regularidade de planejamento ou uma variação de implementações funcionais. Só isso já abriria uma bifurcação de hipóteses: o planejador aparenta aplicar um padrão único e ou constante, ou padrões múltiplos e ou variáveis?
Outra questão decorrente: Se há vários padrões funcionais, isso sugere um único planejador ou vários? A função é bem sucedida em que porcentagem dos casos? O que isso diz sobre o projeto?
E aí está por que os DÍstas não se atrevem a fazer nem mesmo hipóteses modestas como essas, porque seria impossível que isso não sugerisse, de imediato, planejadores imperfeitos e limitados, como alias está explicado ao final de A Evolução do Criacionismo.
Nada mais que isso.
Que o Capitão Mosey o abençoe.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
1 de Março de 2011
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Mensagem Número 301
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Nome: Eudson Ferreira da Silva
Dinho.sheolgmail.com
Nascimento: 1985
Ocupações: Estudante de História
Localidade: Natal-RN
Posição sobre o tema: Evolucionista
Comentários:
Olá Marcus Valério!
Há 5 anos navegando pela Net, tive a felicidade de conhecer o teu site. Até então, desconhecia um site em português que defendesse tão bem a Teoria da Evolução. Te considero um leão em defesa dessa teoria. Você argumenta muito bem a favor do que acredita ser a verdade (explicação mais plausível). Não é a toa, que tenho uma pasta no meu PC só com os teus textos, chamada XR! A grande maioria lidos e reelidos.
No entanto, assistindo o documentário criacionista
“De sapo a príncipe – a lenda evolução”, fiquei intrigado com as argumentações que os cientistas deram sobre a questão da origem da informação, que acredito até o momento serem um problema para a TE. Aqui vai algumas citações:
“O maior problema da evolução é a origem da informação. De onde vem esta informação? É impossível ir de um ser simples vivo, a um elefante ou a um ser humano. É necessário muito mais informação, e a informação não pode vir através de um processo aleatório.” Werner Gitt.
“Realmente não acredito que o modelo Neo-darwiniano possa provar a evolução em grande escala. O que realmente não podem provar é o acumulo de informação. É muito improvável que haja muitas etapas pequenas de evolução, muitas mudanças pequenas, acumuladas para fazer uma grande mudança. E isto não só é impossível num nível matemático, mas teoricamente, e também por experiência. Não se descobriu uma mutação que possa indicar que realmente adicione a informação. De fato, toda mutação benéfica que já observei reduz a informação, perde informação.” Lee Spetner.
“Todos os exemplos de mutações são realmente perda de informação, até mesmo as favoráveis. Não há nenhuma informação genética nova. Exemplos de “evolução-em-ação”, na verdade, são exemplos de variação dentro de uma espécie. Resistência a antibióticos, resistência a inseticidas, mariposas pintadas – todos estes são exemplos de rearranjo da informação genética existente, ou perda de informação genética. Não há nova informação genética.” Don Batten.
O que o você tem a dizer sobre esse problema? No mesmo documentário o Richard Dawkins não consegue responder. Fiquei pasmo com a reação dele diante da pergunta. Aqui vai a pergunta que lhe foi feita e sua respectiva resposta:
Professor dawkins, o senhor pode dar um exemplo de uma mutação genética ou de um processo evolucionário no qual pode ser observado o aumento da informação no genoma?
“Há um erro popular sobre a evolução, que diz que os peixes se tornaram répteis, e os répteis se tornaram em mamíferos, e, e, então, de alguma forma, devemos ser capazes de olhar em torno do mundo hoje e ver, ver os nossos antepassados, e devemos ser capazes de ver os intermediários entre os peixes e os répteis e entre os répteis e os mamíferos. Devemos ser capazes de ver os meio desenvolvidos no processo de se tornarem répteis, mas é claro que não é assim de forma alguma. Os peixes são animais modernos. São tão modernos quanto nós. São descendentes dos mesmos antepassados de quem descendemos uns trezentos milhões de anos atrás. Haveria um antepassado que era o antepassado de um peixe moderno e o antepassado do homem moderno. E esse antepassado, se você pudesse ter estado lá naquele tempo, você poderia então ter observado os primeiros passos de um peixe, digamos, saindo para a terra, e se tornando um, tornando – se algo como um anfíbio. Mas isto foi há muito tempo atrás. Você não esperaria ver isto hoje.”
Como deu pra notar, ele não falou coisa com coisa. O que pude perceber é que até o momento todas as mutações diminuem a informação genética, ate mesmo as raríssimas mutações benéficas! Se este é o caso – como pode ter ocorrido uma evolução gradual? De onde veio toda essa informação? Marcus, você acha que este é apenas um problema periférico? Acredito que não seja. Sei que os três cientistas que citei são criacionistas da terra jovem, visão da qual não compartilho, mas não importa se eles são criacionistas ou não, e sim, se suas objeções são válidas.
Não sei se você já respondeu a essas argumentações, se já, me perdoe por não saber. E se puder me mandar o link, ficarei muito grato. Ficarei realmente bastante agradecido se me responder.
Abraços e sucesso em sua carreira acadêmica.
Dinho Sheol.
Quinta, 3 de Fevereiro de 2011
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Prezado Eudson...
Embora tenha postado essa mensagem no outro site, o tema dela deve ser tratado aqui. De qualquer modo, obrigado por sua participação e por suas questões.
Bem, de fato já tratei sim deste tema, mas principalmente em respostas a outros visitantes, mais especificamente as respostas às mensagens
263 e 270, que embora possuam um contexto um tanto mais amplo, podem ser lidas em separado e creio que sejam bem esclarecedoras. Também em A Evolução do Criacionismo já afirmei que a questão da "Origem e Aumento da Informação" é a nova onda criacionista, constituindo seu Quinto estágio de desenvolvimento.
Portanto, penso que tudo o que você tem a fazer é ler esses textos, e verá que essa idéia não traz problema algum para a Teoria da Evolução.
Quanto ao filme
“De Sapo a Príncipe – A Lenda da Evolução”, ele é produto do
Creation Ministries International, de quem eu já disse poucas e boas na mensagem
270. Uma aberração de Espécie 2 incrivelmente anacrônica, que perde feio para nossa Sociedade Criacionista Brasileira tanto em competência quanto em decência.
Com isso, não se espante com a aparente incapacidade de Dawkins em responder a tal pergunta. Eu até nem duvido que ele poderia mesmo ter escorregado, visto que ele é um alvo fácil para sofismas, como aliás a maioria dos cientistas. Mas o mais provável é que ele sequer tenha entendido a pergunta porque ela de fato não faz sentido! É muito difícil responder uma questão quando você não sabe que ela é apenas uma armadilha para lhe deixar confuso e cai na besteira de tentar respondê-la sinceramente. E ISSO PRESSUPONDO QUE A EDIÇÃO DE VÍDEO FOI HONESTA! No caso dessa instituição em questão, em nada me surpreenderia uma montagem fraudulenta.
Não se deixe vitimar pelos ardis que os criacionistas, em um século de sofisticada sofismática, ainda são capazes de criar.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
14 de Fevereiro de 2011
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281-300,
261-280,
241-260,
221-240,
201-220,
181-200,
161-180
141-160,
121-140,
101-120,
081-100,
061-080,
041-060,
021-040,
001-020
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