A discussão entre Evolucionistas e Criacionistas pode muitas vezes ser ingrata, mas por outras, atinge níveis edificantes e sofisticados, em especial naquela área à qual costumo dizer que tal controvérsia realmente se situa: A FILOSOFIA. O movimento Criacionista simplesmente não tem possibilidade de adentrar diretamente o estabelecimento científico. Os cientistas podem dezpreza-lo e ignorá-lo totalmente, e a própria Teoria da Evolução em si, como estrutura conceitual, é imune aos seus ataques, mesmo quando partem de cientistas possivelmente qualificados. Por outro lado, o Evolucionismo, o pensamento e os dados da ciência, em geral também são impotentes para abalar a convicção dos criacionistas, que são insensíveis a argumentos de teor puramente racional e natural, principalmente por que estão acostumados a aceitar o "Supra Racional", ou meramente "Irracional" para alguns, e o "Sobre Natural". Dessa forma a Ciência não pode dar conta do assunto, por não poder discutir a idéia de "Sobre Natural", pela sua própria "Natureza Naturalista". No entanto é essa postura que os Criacionistas se propõem a discutir, e aí creio que a discussão seja válida, didática e produtiva. Para prosseguirmos, é necessária uma simples definição precisa do termo "Sobrenatural", uma palavra que dependendo do contexto, pode nem fazer sentido. Entendemos como NATUREZA algo muito simples, embora difícil de definir. O Mundo que nos Cerca, todas as coisas que podemos perceber com nossos sentidos, o conjunto de todos os elementos do Universo e seu comportamento, e etc. Chamamos de naturais todos os fenômenos comuns que conhecemos, o nascer do dia, a chuva, a queda dos corpos, a vida, a morte e etc. Chamamos também de naturais as ações e comportamentos comuns das coisas e pessoas, por isso dizemos que comer, dormir, amar, chorar e etc, são coisas naturais. Algumas coisas menos comuns, também são consideradas naturais se podemos entendê-las ao menos em parte, como a queda dos meteoros, uma doença rara ou uma incrível coincidência. Ou que seria então "Não-Natural"? Costumamos considerar "SOBRENATURAL" qualquer coisa que pelo menos aparentemente não esteja de acordo com a natureza de nosso mundo, seja incomum, estranho, ou não possa ser explicado naturalistica ou racionalmente, de um modo mais simples e direto, costumamos chamar de Sobrenatural tudo aquilo que parece fugir a qualquer tentativa de compreensão direta.
Tais fenômenos poderiam ser raros como os "Milagres", que seriam intervenções diretas de poderes "além" de nosso mundo e de nossa compreensão, ou mesmo muito regulares, como outrora em certo local, se pensava que o simples nascer do Sol era a ação direta de um Deus. Durante grande parte da idade média, admitiu-se o conceito aristotélico de que nosso Universo geocêntrico podia ser dividido no "Mundo Sub Lunar" e "Mundo Supra Lunar", divididos é claro pela "esfera" da órbita da Lua. Assim, tudo o que estivesse "abaixo da Lua", a nossa esfera terrestre (lembremos que praticamente todos os estudiosos desde o século IV AEC já sabiam sobre a esfericidade da Terra) era constituída pelos 4 elementos, era o domínio onde a "Teologia Natural", a bisavó da Ciência, poderia atuar. Já no mundo Supra Lunar, que incluia o Sol, os demais planetas conhecidos e as estrelas, era constituído de uma "natureza" diferente, indestrutível, o Quinto Elemento. Esse domínio Supra Lunar estava além de nosso alcance e compreensão imediata e direta. Com o desenvolvimento da Ciência muitas coisas antes tidas como sobrenaturais passaram a ser consideradas meramente naturais, e hoje em dia costuma haver basicamente TRÊS formas de encarar a possibilidade de algo sobrenatural. São essas 3 formas que nos servirão de guia para avaliarmos a possibilidade de uma Ciência do Sobrenatural. Antes porém, devemos esclarecer que o modo como vemos o Universo costuma se desmembrar em DUAS possibilidades básicas: O MONISMO e o DUALISMO, que no nosso caso são mais comumente
vistos como: O MATERIALISMO é uma concepção MONISTA, isto é, acredita que todo o Universo é constituído de um ÚNICA "Substância", uma única Natureza, que é a Matéria. Além dela, nada mais existe. A Matéria pode até ser considerada como assumindo duas formas básicas com propriedades diferentes, que são Massa e Energia, mas tudo continua sendo Matéria. Materialismo, em sentido estrito, É ISSO! Nada tem haver com implicações morais ou condutas questionáveis. É uma simples pressuposição da estrutura da Natureza. Já o ESPIRITUALISMO é uma proposição DUALISTA, que acredita que além da Matéria exista uma outra "Substância" no Universo, um plano distinto, não acessível pelos sentidos. Portanto além do Corpo haveria algo que poderíamos chamar de "Alma", "Espírito", o que envolve então a idéia de algo TRANSCENDENTE, que trascende, está além, do mundo físico. Todas as Religiões evidentemente são Espiritualistas, embora nem toda forma de Espiritualismo seja Religião. Essas duas substâncias, Matéria e Espírito, evidentemente se relacionam, de modo difícil ou impossível de explicar. (Há também um "Monismo Espiritualista", mas que nesse caso declara não existir matéria, e sim somente espírito, em geral considerando o mundo aparente como um tipo de ilusão. Mas não vem ao caso aqui.) Portanto, existindo algo considerado como SOBRENATURAL, este algo pode ser: 1 - INCOGNOSCÍVEL TRANSCENDENTE. Quando achamos que não pode e nunca poderá ser compreendido. Costuma-se dizer "Irredutível" à nossa Ciência, ou mesmo impossível de ser racionalizado, não importa o quanto nossos conhecimentos progridam. Trata-se de uma idéia seguramente Espiritualista, pois o Sobrenatural seria o próprio Espiritual, ou a ação direta deste no Material. É a posição predominante nas grandes religiões, em especial no Cristianismo, onde é ponto pacífico que Deus não pode ser plenamente compreendido por nossas mentes, bem como seus métodos e sua "natureza". Isso inclui, é claro, que os Milagres sejam eventos impossíveis de serem explicados e reproduzidos. Nenhum Cristão esclarecido acharia que por mais que nossa ciência avance, um dia sejamos capazes de "Criar Vida" do mesmo modo que Deus o teria feito na Criação, ou que sejamos capazes de "Ressuscitar Mortos", ou "Multiplicar Pães e Peixes". Sendo assim, essa posição inevitavelmente declara que é impossível fazer uma "Ciência" do Sobrenatural. 2 - COGNOSCÍVEL TRASCENDENTE. Quando se propõe que apesar de haver um nível além do Físico, esse pode ser estudado e analisado ao menos em parte, sendo compreensível por algum outro tipo de Ciência. É uma posição comum entre os Espíritas, que utilizam diversos métodos para estudar as comunicações com espíritos, mediunidade, incorporações e etc. Em muitos casos, há um extenso discurso que racionaliza e analiza os fenômenos ditos sobrenaturais. Parece ser indiscutível que tais eventos não possam ser entendidos nos níveis de nossa Ciência Tradicional, mas seria possível construir-se um conhecimento sobre os mesmos, ou ao menos alguma compreensão. Dessa forma, seria possível uma "Ciência do Sobrenatural". No entanto, os defensores desta posição nunca demonstraram clara e objetivamente a viabilidade de tal Ciência. 3 - COGNOSCÍVEL IMANENTE. Imanente é o inverso do transcendente, a idéia de que algo seja intrínseco ao mundo físico. Essa posição é Materialista, e acredita que os eventos aparentemente sobrenaturais podem, ou poderão, ser entendidos e controlados pela Ciência. Ou, poderíamos dizer, esta posição na verdade nega a Existência do Sobrenatural, classificando-o apenas como algo "Ainda não Entendido". Há uma vantagem historica nessa possibilidade, pois ela está repleta de exemplos clássicos de coisas que antes foram tidas como Sobrenaturais, e depois foram totalmente subordinadas à compreensão e manipulação científica. Costuma-se chamar isso de "'reduzir' o sobrenatural ao natural". Obs: É claro, pode-se articular um Incognoscível Imanente, mas essa posição não só não costuma ocorrer como automaticamente, ao negar o Transcendente, nega o Sobrenatural, sendo Materialista. A diferença é que se admitiria que certos eventos naturais jamais poderiam ser compreendidos. Tal posição é incomum pela óbvia razão que ninguém espera desenvolver qualquer tipo de Ciência que já parta do pressuposto que seus objetos não possam ser compreendidos. (Para ser sincero, confesso que Eu poderia ser um representante dessa exótica posição, dado o ceticismo, com a diferença que não sou materialista, e sim, um monista mentalista!) Agora vamos recolocar a questão na discussão sobre o CRIACIONISMO. Quando em diálogo com Criacionistas mais esclarecidos, se eleva o nível das colocações, invariavelmente chega-se a essa questão crucial. O Criacionismo admite a existência do Sobrenatural, e como a Ciência está baseada no pressuposto do Naturalismo, decorre que o Criacionismo NÃO pode ser Ciência, que é afirmação fundamental deste site. A questão inevitável então é: É possível construir uma Ciência que aceite o Sobrenatural? Os Criacionistas clamam que sim, e que tal Ciência seria até mesmo superior, não estando "limitada pelo Naturalismo". No entanto, o que tento demonstrar é que tal coisa é simplesmente impossível. O Criacionismo evidentemente rejeita o Materialismo, e não pode aceitar a postura tradicional da Ciência, que é a que se ajusta à opção 3. Também não pode aceitar a 2 pelos motivos óbvios de que criacionista algum espera poder entender, racionalizar e muito menos prever e controlar os "Meios milagrosos de Deus". E por fim a possibilidade 1 por si só exclui qualquer chance de tal Ciência. A Ciência como a conhecemos começou a se consolidar a partir do Século XVII, com figuras como Galileu, Kepler, Newton e Laplace, que eram basicamente Físicos e Astrônomos. Portanto o paradigma da Física foi o primeiro a se desenvolver e configurar pouco a pouco os moldes nos quais todas as demais Ciências foram construídas O desenvolvimento da Matemática foi um dos fatores que permitiu tal florescimento, se tornando a ferramenta principal da Ciência, mas talvez o fator mais importante está implícito na própria palavra FÍSICA, que deriva do grego Physis, que é literalmente NATUREZA. Física é o Estudo da Natureza, e como tal só pode admitir o pressuposto do Naturalismo. A Ciência que temos só se desenvolveu exatamente quando noções Teológicas e Teleológicas foram progressivamente abandonadas, e com elas a noção de "Sobre Natural". É fácil entender porque, afinal não é estranho tentar desenvolver uma "Física" que estude fenômenos "Não-Físicos"? Como seriam as "Ciências Naturais", se estas estivessem envolvidas com a idéia de eventos "Não-Naturais"? Muitos dos mais antigos cientistas ainda mantiveram suas noções de sobrenaturalidade misturadas com sua Ciência. O exemplo mais famoso, Isaac Newton, tinha como pressuposto inicial que o Universo e as Leis Naturais foram criadas por Deus, mas uma vez que Deus está Além da Natureza, que ele mesmo teria criado, ele não pode ser alcançado pela Ciência. Deus seria a Causa Primeira, e fazemos Ciência somente a partir das causas secundárias. No entanto, essa posição, que era predominante entre vários cientistas, abriu espaço para uma investigação cada vez mais profunda que pouco a pouco foi revelando a materialidade do mundo nos mais amplos aspectos. Eventos antes tidos como "Sobrenaturais", foram sendo esclarecidos e cada vez mais houve menos lugar para a participação ativa de Deus. Surge então o conceito de "Deus das Lacunas", que é aceitar a presença de Deus como viável apenas onde nossa Ciência ainda não conseguiu penetrar. Com o avanço científico, "Deus" e o Sobrenatural em geral, foi ficando mais e mais distante. O Criacionismo porém não se conforma sequer a assumir uma mera Causa Primeira e distante, ele invoca a presença constante de Deus, dos milagres e do Sobrenatural. Não consegue explicar coisas simples, como as Questões Simples Irrespondíveis para O Criacionismo, sem apelar frequentemente para milagres, que evidentemente são impossíveis de serem abordados naturalisticamente. A Ciência que temos hoje é o resultado de uma postura exatamente oposta, que não pressupõe elementos milagrosos e inexplicáveis, mas sim busca insistentemente as causas naturais dos fenômenos. Querer produzir uma Ciência que incorpore elementos tidos como Sobrenaturais apresenta inúmeros problemas, a maioria deles intransponíveis. Alguns desses problemas são HISTÓRICO. Propor uma Ciência do Sobrenatural tem o inconveniente de ir na contra-mão da História. A relação entre o desenvolvimento científico e o abandono da crença ostensiva no sobrenatural não poderia ser mais direta. Quanto menos crença em sobrenatural, mais se desenvolve a Ciência. Se nos primórdios da Ciência era possível ver textos científicos se misturando com Teologia e Misticismo, tal como em Newton, Copérnico e Galileu, nos estágios mais avançados, Maxwell, Einstein, Bohr, Planck, essa mistura foi completamente abandonada. Não há um só texto científico significativo no século XX que leve em conta a existência de Deus ou de qualquer outra sobrenaturalidade. Somando isso ao fato de que todos os exemplos que ainda fazem tal mistura estão invariavelmente ligados aos mais diversos tipos de charlatanismo e ausência de resultados concretos, fica clara uma lição explícita da História depondo contra qualquer chance de uma "Ciência" que envolva o "Sobrenatural". METODOLÓGICO. Que espécie de procedimento seria necessário para se estabelecer uma Ciência "sobrenaturalista"? O que se considera cientificamente estabelecido é o que se conseguiu observar, teorizar, prever e/ou reproduzir. Como seria possível ter controle sobre eventos cujas causas não pudessem ser compreendidas e cujos comportamentos fossem imprevisíveis? Como é possível prever quando haverá um evento sobrenatural? Ou como reproduzí-lo? Poderíamos observar seus efeitos, mas poderíamos observar suas causas? Como, se elas pressupõem partirem de fora da Natureza? Que espécie de Teoria seria possível construir se não se pode prever, reproduzir, controlar, observar e etc? EPISTEMOLÓGICO. Espistemologia é a parte da Filosofia que estuda os objetos do Conhecimento. O quê, como, e até que ponto se pode conhecer algo. Partindo da premissa da existência do Sobrenatural, o que se esperaria ser passível de conhecimento? A possibilidade Incognoscível Transcendente automaticamente exclui a possibilidade de conhecimento, a cognoscível Imanente exclui o próprio sobrenatural, e a cognoscível Transcendente, que por sinal sem dúvida não seria o caso do Criacionismo, ainda apresenta uma série de outros problemas, além de ainda estar devendo qualquer resultado. Ciência alguma nega a possibilidade de se conhecer seu objeto de estudo ao menos num nível de mera utilidade. TELEOLÓGICO. Um divisor de águas histórico que distingue a Ciência da "Pré-Ciência", é o abandono da idéia das "Causas Finais", ou da concepção de "finalidade", que permeava todo o pensamento Aristotélico e a Teologia Natural. A palavra grega telos, que se traduz para "fim", "objetivo" resulta em TELEOLOGIA, que era o estudo das finalidades, no caso, a pressuposição de que tudo na natureza visa a um Fim, e que então os eventos naturais devem ser entendidos de acordo com o objetivo que buscam alcançar. Dessa forma, desautoriza-se o uso de Experiências, pois elas tenderiam a alterar os "desígnios" da Natureza, uma vez que seriam prodecimentos artificiais. Aproximadamente a partir de Galileu passou-a a abandonar a procura por Causas Finais e se concentrar na busca da "Causa Eficiente", ou seja, não mais dos "motivos" ocultos da Natureza, mas simplesmente da explicação mecânica. É esse paradigma que tornou aceitável o uso de experiências e possível a Ciência, pois não se procura mais o "PORQUÊ" na natureza, mas sim tão somente o "COMO". Uma Ciência que lidasse com o Sobrenatural, teria que constantemente buscar suas explicações em "razões" subjetivas, ressuscitando as doutrinas de finalidade. Uma experiência que visasse reproduzir um evento tido como milagroso, poderia ter seu fracasso muito bem justificado pelo fato de que ali faltava a "intenção" oculta do Sobrenatural. Para piorar, essas razões subjetivas nunca podem ser realmente descobertas, e acabam sendo contaminadas por crenças pessoais, místicas e religiosas. Como eu disse há tempos: Existem 'Comos' e 'Porquês'; Os 'Comos' só podem ser Descobertos; Os 'Porquês' só podem ser Inventados." Com tudo isso, não vejo qualquer possibilidade de se aceitar como cientificamente válidos argumentos que apontam para causas transcendentes subjetivas, como a "Vontade de Deus", pois estes tem como característica anular o processo de investigação com uma justificativa que não pode ser examinada. Um exemplo disso pode ser observado nos critérios de Falseabilidade das Ciências. Considera-se que para uma Hipótese ser Científica, ela deve ser Testável, ser passível de se mostrar Verdadeira ou Falsa. Ou deve ao menos ser Falseável, ser passível de se mostrar Falsa. Uma afirmação que não obedeça a esse critério não é científica, e para qualquer efeito prático é inútil. Vejamos o seguinte exemplo de comparação entre Evolucionismo e Criacionismo:
Portanto, O EVOLUCIONISMO É FALSEÁVEL! (Os criacionistas alegam ocorrerem os falseamentos de todos os itens citados à exceção da "Similaridade Genética", mas as acusações são falsas, como se pode ver nos links disponíveis.) Curiosamente os mesmos Criacionistas não raro alegam que a Teoria da Evolução não é científica!
Portanto, O CRIACIONISMO NÃO É FALSEÁVEL! E por isso não pode ser Científico! E o motivo disto deve agora ser óbvio, ele é imune a refutação exatamente graças a sua característica Sobrenatural. Se perguntarmos o porquê ocorre cada uma das situações envolvidas, cairemos nos simples "caprichos" insondáveis do Criador! ELE pode fazer o que bem quiser com as Leis Naturais, pode violar até mesmo as Leis da Lógica, uma vez que tem poder total sobre o Universo, e sendo assim é totalmente impossível estabelecer qualquer tipo de conhecimento se estivermos limitados a esse tipo de restrição. Atenção! Isso não significa que esse criador não exista ou que não possa existir, bem como não impede que até mesmo opere milagres no Universo, mas a Ciência não tem outra alternativa a não ser ignorar qualquer alegação de Sobrenaturalidade e continuar investingando a natureza em causas meramente Físicas. Por este motivo: NÃO PODE EXISTIR CRIACIONISMO "CIENTÍFICO"! Por este mesmo motivo: NÃO PODE EXISTIR "CIÊNCIA" DO "SOBRENATURAL"! Por este motivo os mitos da Gênese são cientificamente inaceitáveis, e simplesmente impedem qualquer Ciência se forem entendidos literalmente. O Criacionismo é totalmente baseado na mitologia da Gênese, é na realidade nada mais do que mera Apologética Sofisticada da Literalidade da Gênese. Somando-se a isso às inúmeras outras evidências inegáveis como a total falta de contribuição do Criacionismo para a Ciência e a total inexistência de Criacionistas não religiosos e de antemão comprometidos com a literalidade da Gênese, bem como a total ausência de qualquer tipo de Criacionismo em instituições científicas (sem contar igrejas fantasiadas de laboratório), e não poderia ficar mais claro tal impossibilidade. Uma Ciência do Sobrenatural é simplesmente absurda, haja visto a incapacidade dos Criacionistas em explicar Questões Simples sem apelar constantemente para o sobrenatural, o que resulta em uma série de suposições impossíveis de serem estudadas, como o "Instinto Sobrenatural de Migração" que guiou os animais para a Arca de Noé, e depois para os pontos mais distantes de Globo, a "Hibernação Mística" que evitou que os grandes predadores precisassem se alimentar de outros animais durante 150 dias, o "Escudo Mágico" que impediu a Arca de ser destruída pela violência da tempestade e etc. Nada pode ser explicado cientificamente, e simplesmente destruiria qualquer progresso na conquista do conhecimento. De exemplos similares a história está repleta, os mais diversos tipos de superstição e crenças absurdas sempre barraram o desenvolvimento do conhecimento. Durante milênios fomos ignorantes de muitos fatos da natureza que hoje são triviais para qualquer criança, pelo simples motivo que nossas crenças no fantástico nos levavam sempre a Falsas Causas, e sem conhecer as Verdadeiras Causas, as Causas Naturais, qualquer conhecimento científico é impossível. Como seria possível achar que os ancestrais culturais da humanidade de milhares de anos atrás fossem mais sábios do que os cientistas atuais em detectar as causas dos fenômenos? Por quê tantos insistem em dar mais crédito ao "saber" tradicional fossilizado do que ao método científico moderno, no que se refere a desvendar o funcionamento da "PHISICA"? Pode a ingênua criança saber mais sobre assuntos técnicos e científicos do que o cientista treinado? Muitos acham que sim, basta chamar esses ancestrais culturais de profetas, essas superstições e crenças absurdas de revelações divinas literais, esse "saber" antigo e ingênuo, de "Deus". Novembro/Dezembro de 2004
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